Setor Sucroalcooleiro

Moagem de Cana-de-Açúcar Cai 52,8% na Primeira Quinzena de Novembro

Produção de açúcar e etanol enfrenta desafios enquanto vendas de biocombustíveis crescem


Publicado em: 27/11/2024 às 19:20hs

Moagem de Cana-de-Açúcar Cai 52,8% na Primeira Quinzena de Novembro

Na primeira quinzena de novembro, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 16,46 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma redução de 52,81% em comparação às 34,88 milhões de toneladas no mesmo período da safra 2023/2024. No acumulado da safra 2024/2025, até 16 de novembro, a moagem atingiu 582,61 milhões de toneladas, uma queda de 2,24% em relação às 595,97 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

O número de unidades em operação também caiu: 223 empresas estavam ativas na quinzena, contra 237 no mesmo período da safra passada. Entre elas, 204 processavam cana, enquanto nove utilizavam milho para produzir etanol, e dez eram usinas flex. Ao longo da safra, 65 unidades já encerraram suas atividades, comparadas a 50 no mesmo período do ciclo anterior.

Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, o desempenho foi impactado por condições climáticas desfavoráveis, que levaram a paralisações pontuais nas atividades, além das unidades que haviam programado o fim da moagem para o período.

Qualidade da Matéria-Prima e Produção de Açúcar

Apesar da redução na moagem, a qualidade da matéria-prima apresentou leve melhora. O índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 133,09 kg por tonelada de cana na quinzena, um aumento de 0,63% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. No acumulado da safra, o ATR foi de 142,31 kg por tonelada, alta de 1,22%.

A produção de açúcar registrou 897,53 mil toneladas na quinzena, uma queda de 59,18% em relação às 2,20 milhões de toneladas do mesmo período de 2023/2024. No acumulado da safra, a fabricação somou 38,27 milhões de toneladas, uma redução de 3,04%. A menor proporção de cana destinada ao açúcar (43%, contra 50% no ciclo anterior) contribuiu para esse recuo.

Produção e Vendas de Etanol

A produção de etanol na primeira metade de novembro totalizou 1,06 bilhão de litros, com 608,08 milhões de litros de etanol hidratado (-38,80%) e 450,49 milhões de litros de etanol anidro (-29,51%). Desde o início da safra, a fabricação alcançou 29,92 bilhões de litros (+4,50%), sendo 19 bilhões de hidratado (+12,01%) e 10,92 bilhões de anidro (-6,42%).

Do total produzido em novembro, 31% vieram do milho, representando 327,87 milhões de litros, um crescimento de 17,18% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. No acumulado da safra, a produção de etanol de milho somou 4,82 bilhões de litros, aumento de 27,02%.

As vendas de etanol também cresceram, totalizando 1,45 bilhão de litros na quinzena, uma alta de 13,30% em relação ao mesmo período da safra passada. No mercado interno, as vendas de hidratado aumentaram 14,36%, alcançando 888,60 milhões de litros, enquanto as de anidro cresceram 7,18%, totalizando 490,58 milhões de litros.

Mercado de CBios e Sustentabilidade

No mercado de créditos de descarbonização (CBios), os produtores de biocombustíveis emitiram 38,20 milhões de créditos até 26 de novembro. A quantidade disponível para negociação somava 29,23 milhões, excedendo em 4,02 milhões de títulos a meta total do Programa RenovaBio para 2024.

Conforme Luciano Rodrigues, a oferta interna de etanol segue robusta, apoiada pelo aumento na produção de etanol de milho, maior eficiência operacional e um mix mais alcooleiro, além da redução das exportações. Esse cenário garante um movimento consistente de crescimento no mercado de biocombustíveis, apesar da expectativa de menor moagem de cana na atual safra.

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Fonte: Portal do Agronegócio

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