O balanço global do mercado de açúcar para a safra 2024/25 (out-set) apresenta um superávit modesto de 0,26 milhões de toneladas. No entanto, a redução na produção da Índia e revisões nas estimativas para a Tailândia limitam o crescimento da oferta global. Com estoques finais projetados em 77,2 milhões de toneladas e uma demanda crescente de 0,7%, a relação estoque/uso deve cair ligeiramente para 39,9%.

O Brasil emerge como fator determinante para definir se o ciclo será efetivamente superavitário. Enquanto os principais produtores asiáticos finalizam suas safras, o foco se volta para a oferta do Centro-Sul brasileiro, cujo desempenho será essencial para manter o equilíbrio do mercado.

Destaques Regionais

Ásia

• Índia: Produção reduzida em 13,9%, totalizando 26,5 milhões de toneladas, abaixo do consumo doméstico. O excesso de chuvas e a queda na produtividade impactaram a safra.
• Tailândia: Produção estimada em 10,88 milhões de toneladas, com exportações crescendo 27%, atingindo 7,0 milhões de toneladas.
• China: Produção revisada para 11,4 milhões de toneladas (+22%), impulsionada por alta produtividade na cana e recorde na beterraba.
• Paquistão: Incertezas persistem devido a chuvas excessivas; estimativa mantida em 7,3 milhões de toneladas.

Europa

• Produção de 17,6 milhões de toneladas (+7,1%).
• Exportações da UE27 aumentam para Oriente Médio e Norte da África.
• Previsão de redução de até 10% na área plantada com beterraba em 2025/26.

Américas

• Brasil: Produção de açúcar revisada positivamente para 41,3 milhões de toneladas, sustentada por uma melhora no ATR.
• México: Moagem em queda anual de 5,7%, mas produtividade crescente. Exportações podem aumentar, com previsão de 5,1 milhões de toneladas de açúcar.
• América Central: Produção semelhante a 2023/24.
• Austrália: Produção de 3,9 milhões de toneladas, o menor volume desde 2011/12.

Perspectivas para o Mercado

O início de 2025 trouxe volatilidade ao mercado de açúcar, com oscilações nas cotações de Nova York e uma entrega recorde de contratos na bolsa. O fraco desempenho da Índia impulsionou revisões nas projeções globais, aumentando a pressão sobre a oferta brasileira.

As primeiras projeções para 2025/26 indicam uma possível "supersafra" na Índia e a continuidade da oferta robusta pelo Brasil, sugerindo um superávit mais significativo para o próximo ciclo. A evolução climática e o comportamento da demanda serão fatores determinantes para o equilíbrio do mercado global.