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Mercado de açúcar enfrenta desafios com clima no Brasil e redução de exportações da Índia

Cenário macroeconômico global pressiona preços enquanto fatores climáticos e comerciais trazem incertezas


Publicado em: 02/12/2024 às 19:20hs

Mercado de açúcar enfrenta desafios com clima no Brasil e redução de exportações da Índia

O mercado global de açúcar está atravessando um período de incertezas. A atual conjuntura macroeconômica, caracterizada pelo fortalecimento do dólar, desvalorização de moedas emergentes e uma economia chinesa enfraquecida, tem impactado negativamente a demanda por commodities, incluindo o açúcar. Esses fatores têm reduzido os prêmios FOB e pressionado os fluxos comerciais da commodity.

Conforme análise de Lívea Coda, especialista em Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets, os fundamentos do mercado permanecem estáveis, mas a esperada escassez de oferta no último trimestre de 2024 pode ser menor do que o inicialmente projetado. “O México iniciou a temporada de forma positiva, enquanto o Brasil continua com forte participação no mercado global”, explica a analista.

O contrato de março surge como o mais promissor, com um spread de 140 pontos H/K25. “As chuvas recentes no Centro-Sul do Brasil são favoráveis para o desenvolvimento da safra 2025/26, o que pode fortalecer essa tendência altista”, afirma Lívea.

Por outro lado, as condições climáticas adversas na Índia têm atrasado a produção de açúcar e restringido as exportações. Até meados de novembro, apenas 144 usinas estavam em operação no país, uma queda significativa em relação às 264 usinas ativas no mesmo período do ano anterior. A produção indiana caiu 41%, atingindo 710 mil toneladas, ante 1,27 milhão de toneladas no ano passado. “A Índia deve limitar suas exportações até recompor os estoques, o que impactará diretamente os fluxos comerciais globais”, aponta a analista.

No Brasil, embora as chuvas recentes sejam benéficas, as condições climáticas podem adicionar volatilidade aos preços. Atualmente, o valor do açúcar está projetado entre 19,5 e 22,5 centavos de dólar por libra-peso, dependendo da demanda. “A procura por açúcar bruto será um fator determinante. Problemas no desenvolvimento da safra 2025/26 no Centro-Sul ou uma demanda global mais urgente podem criar uma tendência de alta nos preços”, avalia Lívea.

A analista destaca, ainda, que o equilíbrio nos fluxos comerciais de açúcar branco, combinado à escassez de oferta do produto bruto, tem pressionado as margens das refinarias, adicionando mais um desafio ao cenário global do setor.

Enquanto isso, o déficit de oferta global esperado para o primeiro trimestre de 2025 pode ultrapassar 2 milhões de toneladas caso as exportações indianas não sejam retomadas. Esse cenário reforça o clima de incerteza no mercado, com variáveis que podem tanto mitigar quanto intensificar as pressões sobre os preços da commodity.

Fonte: Portal do Agronegócio

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