As incertezas climáticas no Brasil e os impactos da seca na Índia continuam influenciando o mercado global de açúcar, pressionando as cotações da commodity. Ontem (20), as bolsas internacionais registraram alta nos preços, acompanhando a tendência de valorização observada em outras commodities.

De acordo com analistas consultados pelo Notícias Agrícolas, a safra indiana segue como um fator de sustentação dos preços, uma vez que o mercado ainda questiona se o país conseguirá atingir a produtividade necessária para exportar o excedente de 1 milhão de toneladas projetado. Além disso, o elevado custo de produção na Índia tem levado os produtores a buscarem preços superiores a 19 centavos de dólar por libra-peso para viabilizar as negociações no mercado internacional.

No Brasil, as condições climáticas também desempenham um papel crucial. O país enfrenta uma onda de calor que pode impactar a recuperação da safra. Segundo especialistas, um período prolongado de tempo seco e altas temperaturas em fevereiro pode limitar a produção de cana-de-açúcar e reduzir o volume destinado à fabricação de açúcar, já que a qualidade dos canaviais depende da umidade. Esse fator ganha ainda mais relevância após um ano de 2024 marcado por queimadas e estiagem prolongada.

Mercado internacional

Nova York

Na ICE de Nova York, o contrato com vencimento em março/25 fechou o dia cotado a 21,05 centavos de dólar por libra-peso, alta de 36 pontos em relação ao fechamento anterior. Já o contrato maio/25 também avançou 36 pontos, sendo negociado a 19,75 cts/lb. Os demais vencimentos registraram ganhos entre 12 e 30 pontos.

Londres

Na ICE Futures Europe, em Londres, o açúcar branco acompanhou a tendência de valorização. O contrato maio/25 foi negociado a US$ 555,40 por tonelada, alta de US$ 7,80 em comparação ao dia anterior. O vencimento agosto/25 subiu US$ 7,10, cotado a US$ 535,80 por tonelada. Os demais contratos registraram ganhos entre US$ 3,40 e US$ 6,30.

Mercado interno

No Brasil, os preços também reagiram. O Indicador Cepea/Esalq, da USP, reverteu a sequência de sete dias consecutivos de queda e registrou valorização. Ontem, as usinas negociaram a saca de 50 quilos a R$ 142,12, contra R$ 139,24 do dia anterior, uma alta de 2,07%.

Etanol hidratado

O etanol hidratado também teve alta na quinta-feira, segundo o Indicador Diário Paulínia. O biocombustível foi negociado pelas usinas a R$ 2.950,00 por metro cúbico, acima dos R$ 2.942,00 registrados no dia anterior, representando um avanço de 0,27%.