Publicado em: 04/12/2024 às 19:00hs
O mercado internacional do açúcar vive um momento singular, com preços historicamente elevados, embora inferiores aos picos registrados no início do ano passado. De acordo com o Itaú BBA, a libra-peso do açúcar bruto é negociada atualmente a US$ 0,22, um valor 30% acima da média dos últimos 12 anos.
O cenário reflete um descompasso entre oferta e demanda global. Enquanto países como Brasil e Índia alcançaram produções próximas a recordes na safra 2023/24, outros grandes exportadores, como União Europeia, Tailândia e México, enfrentaram quedas significativas em suas produções.
O Brasil se destaca nesse contexto devido ao baixo custo de produção e ao alto prêmio do açúcar em relação ao etanol, atualmente em US$ 0,07 por libra, superando amplamente a média histórica de US$ 0,01. Esse diferencial tem estimulado investimentos em novas usinas e na expansão da capacidade de produção.
Apesar da infraestrutura atual limitar aumentos imediatos na produção, o Brasil tem potencial para ampliar as áreas de cultivo de cana-de-açúcar, competindo com culturas como grãos. A previsão é de um aumento de 1,5 milhão de toneladas na produção de açúcar na safra 2024/25, com mais 1 milhão de toneladas adicionais na safra seguinte.
A crescente produção de etanol de milho no Brasil tem suprido parcialmente o mercado interno de biocombustíveis, pressionando os preços do etanol para baixo. Essa dinâmica reforça o prêmio do açúcar, incentivando ainda mais a produção açucareira.
Embora o Brasil lidere esse movimento, outros países também têm potencial para aumentar sua produção, especialmente diante dos preços favoráveis e da crescente demanda global. A maioria dos grandes produtores opera com custos inferiores aos valores atuais do mercado, o que deve estimular a oferta no médio prazo.
Analistas do Itaú BBA apontam que, apesar do momento positivo, o mercado global segue dependente da capacidade de grandes exportadores, como o Brasil, em ajustar sua produção para atender ao consumo crescente. Este cenário configura uma fase de oportunidades, mas também de desafios para a sustentabilidade da oferta no setor.
Fonte: Portal do Agronegócio
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