Publicado em: 13/11/2024 às 14:30hs
A adoção de um protocolo de biosseguridade eficaz é essencial para a sustentabilidade da piscicultura, tanto do ponto de vista sanitário quanto financeiro e ambiental. Medidas de controle rigorosas são necessárias para evitar a disseminação de doenças, proteger a saúde dos peixes e garantir a rentabilidade da atividade. Entre as práticas mais importantes estão a adequação das densidades de cultivo, diagnósticos preventivos, programas de limpeza e desinfecção, manejo da qualidade da água e protocolos de vacinação.
A médica-veterinária Talita Morgenstern, coordenadora técnica da unidade de Aquicultura da MSD Saúde Animal, destaca os principais cuidados que os produtores devem ter para preservar a saúde de seus rebanhos e evitar grandes perdas na produção.
A higienização adequada das instalações é crucial para o controle de doenças infecciosas. A desinfecção de calçados, veículos e equipamentos utilizados no manejo de peixes deve ser feita com produtos químicos específicos. "A desintegração de microrganismos por meio do uso de desinfetantes é o primeiro passo para garantir uma piscicultura saudável. O sucesso dessa prática depende tanto do produto escolhido quanto da aplicação correta", explica Talita.
Produtos como o Omnicide Aqua são recomendados para desinfecção de tanques-rede, geomembranas, veículos de transporte, equipamentos e utensílios usados na manipulação dos peixes. A frequência de limpeza deve ser ajustada conforme o ciclo de cultivo, com desinfecção obrigatória entre um ciclo e outro, podendo ocorrer até três ou mais vezes por ano.
O controle de acessos é fundamental para evitar a entrada de patógenos nas instalações. O uso de cercas perimetrais e a programação de visitas são medidas preventivas importantes. De acordo com o Guia de Biosseguridade da PeixeBR, é essencial que todas as visitas sejam agendadas e que visitantes e técnicos respeitem um intervalo mínimo de 24 horas desde a última visita a outras áreas de produção de peixe. Este controle facilita a identificação e contenção de possíveis focos de contágio.
Além disso, é importante impedir o acesso de aves, que podem transportar patógenos para as unidades produtivas, causando estresse e até mortalidade entre os peixes. Construir barreiras físicas para evitar a presença dessas aves é uma medida preventiva eficaz.
A qualidade da água é um dos pilares da biosseguridade na piscicultura. A fonte de abastecimento deve ser de boa qualidade e livre de contaminantes. Fontes de água de superfície, como rios e lagos, apresentam maior risco de contaminação por patógenos. A desinfecção da água pode ser realizada com o uso de produtos químicos, luz ultravioleta ou ozônio, sempre sob a supervisão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
Além disso, a monitorização contínua dos parâmetros físico-químicos da água é fundamental para manter um ambiente saudável para os peixes. Os principais parâmetros a serem monitorados incluem temperatura, oxigênio dissolvido, pH, alcalinidade, nitritos e amônia, com variações aceitáveis dentro dos padrões recomendados. A capacidade de suporte do ambiente também deve ser respeitada para evitar desequilíbrios que possam comprometer a qualidade da água e a saúde dos peixes.
O manejo adequado dos peixes, que inclui o controle das condições ambientais e a prevenção de estresse, é essencial para o bem-estar dos animais. O estresse pode enfraquecer o sistema imunológico dos peixes e torná-los mais suscetíveis a doenças. A vacinação é uma das estratégias mais eficazes para prevenir doenças infecciosas e reduzir a necessidade de antibióticos.
Existem diferentes formas de vacinação, como injetável, oral e por imersão. A escolha do método depende das características do rebanho e das doenças prevalentes na área. A vacinação injetável, por exemplo, é eficiente para garantir uma resposta imunológica rápida e duradoura.
A qualificação contínua da equipe é um fator crítico para o sucesso do protocolo de biosseguridade. Equipes bem treinadas conseguem identificar rapidamente sinais de doenças, manter boas práticas de higiene e garantir o uso correto dos equipamentos. "O conhecimento é a chave para implementar as boas práticas na piscicultura. A MSD Saúde Animal oferece treinamentos através da nossa Universidade Corporativa, garantindo que os produtores tenham acesso a informações atualizadas, o que contribui para o aumento da produtividade e sustentabilidade da cadeia produtiva", afirma Talita.
Com estratégias bem implementadas e acompanhamento rigoroso, a piscicultura pode alcançar altos índices de sustentabilidade e produtividade, assegurando a saúde dos peixes e a rentabilidade dos produtores.
Fonte: Portal do Agronegócio
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