Publicado em: 12/01/2012 às 19:30hs
A Ambev, por exemplo, consome em média 3,9 litros de água para cada litro de cerveja fabricado e tem como objetivo reduzir para 3,5 litros. A Cutrale está na contramão dessa lógica. Uma das maiores produtoras e exportadoras de suco de laranja do mundo, a empresa devolve ao meio ambiente mais água do que consome.
Como? Muito simples. O principal produto da Cutrale é o suco de laranja concentrado, que é exportado para EUA, Europa e Ásia. A mercadoria segue por navios e, para reduzir o volume da carga e baratear a logística, retira-se toda a água do suco. No destino final, os importadores usam a matéria prima da forma que for conveniente. Se for para suco, eles reconstituem colocando água. Nesse processo, como a empresa exporta 98% do que produz, o saldo é positivo. “Devolvemos em média 1,5 litro de água para cada um que é retirado”, explica Otávio Gottardi Abujamra, diretor industrial da Cutrale.
A água “a mais” é reutilizada na lavagem das frutas, de pisos e equipamentos, na diluição de produtos de limpeza, etc. Além disso, toda água usada no processo de fabricação – cerca de 1.000 metros cúbicos de efluentes por hora – é tratada antes de retornar ao meio ambiente. Para isso, cada unidade industrial tem uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE).
Outra conquista recente da Cutrale é a certificação Rainforest Alliance para a fazenda Graziela, uma propriedade de 1.645 hectares em Ibaté, no interior paulista. Para conseguir o selo, a empresa foi auditada pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) no quesito de proteção da biodiversidade e na questão socioeconômica, o que envolve bem estar de trabalhadores e comunidades locais.
Em época de discussão sobre o Código Florestal, é importante salientar que, mesmo antes da certificação, a Cutrale já possuía as áreas de reserva legal e preservação permanente constituídas. A novidade foi a implantação de um plano de conservação ambiental. “Consiste na adoção de medidas de monitoramento e melhorias das áreas de conservação da fazenda, visando a manutenção da biodiversidade local”, diz Valdir Guessi, diretor agrícola da Cutrale.
Para isso, uma consultoria ambiental especializada fez o levantamento das espécies de fauna e flora. Entre as catalogadas, estão algumas ameaçadas de extinção: o tatu-galinha, veado-catingueiro, onça-parda e gaviões-caboclos. Na parte agrícola, merecem destaque a adubação verde e plantio em curvas de níveis, o que evita a erosão.
O fato é que hoje quem quer se manter no mercado precisa acompanhar as tendências. O selo Rainforest Alliance se tornou a porta de entrada em muitos países. No caso do café, é comum os importadores exigirem a certificação na compra da commodity. A Inglaterra, por exemplo, é extremamente exigente. Nos supermercados ingleses, a maioria dos produtos estampa a logomarca do Rainforest e o consumidor deixa de comprar, se não visualizar.
Fonte: Sou Agro
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