Publicado em: 24/10/2024 às 12:30hs
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 257,9 milhões para a Acelen, com o objetivo de implantar o Acelen Agripark, um centro de inovação tecnológica dedicado à pesquisa e desenvolvimento da macaúba, planta nativa brasileira com elevado potencial energético. O projeto faz parte de um esforço integrado da empresa para a produção de diesel renovável (RD) e combustível sustentável para aviação (SAF), utilizando a macaúba como matéria-prima, além de promover sua domesticação e cultivo em áreas degradadas.
Este financiamento, realizado por meio do Programa BNDES Mais Inovação, marca o primeiro investimento do banco voltado para o desenvolvimento de SAF, considerado uma das principais apostas para o futuro dos combustíveis. A iniciativa tem como objetivo aumentar a competitividade e a produtividade em um setor com grande potencial exportador, especialmente no contexto da transição energética global.
O projeto envolve o desenvolvimento de novas mudas de macaúba, seleção de plantas com maior potencial de produção de óleo e estruturação de um banco de germoplasma. Com isso, será possível aprimorar a produção de sementes, realizar clonagem e promover o melhoramento genético da planta. “Ao apoiar o primeiro projeto de SAF no Brasil, o BNDES reforça seu papel na transição energética, incentivando inovações que trazem impacto social, ambiental e tecnológico”, declarou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
Localizado em Montes Claros, Minas Gerais, o Acelen Agripark será responsável por conduzir todas as pesquisas necessárias para o desenvolvimento da biorrefinaria de combustíveis da empresa. A instalação terá capacidade de germinar 1,7 milhão de sementes por mês e produzir até 10,5 milhões de mudas de macaúba por ano. A localização estratégica próxima aos maciços naturais da planta, somada à infraestrutura da região, foi fundamental para garantir a competitividade do projeto. Além disso, a nova unidade deverá gerar 240 novos empregos diretos.
Segundo Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, o projeto contribuirá para consolidar o Brasil como um importante produtor de combustível sustentável para a aviação, além de destacar o país como líder na transição climática global. “Estamos apoiando uma iniciativa ambiciosa, rica em tecnologia e com um forte impacto social, capaz de transformar economicamente a região e fortalecer a imagem do Brasil como parte da solução para a descarbonização mundial”, afirmou Costa.
Com um investimento total estimado em US$ 2,7 bilhões, o projeto integrado da Acelen prevê a produção de 20 mil barris diários de combustível renovável, a captura de aproximadamente 60 milhões de toneladas de CO2 equivalente e a criação de mais de 90 mil empregos. A estratégia inovadora também contempla o cultivo de 180 mil hectares de macaúba em Minas Gerais e na Bahia, dos quais 20% da produção será proveniente da agricultura familiar, beneficiando mais de 10 mil famílias.
O CEO da Acelen, Luiz de Mendonça, destacou que o Acelen Agripark demonstra o potencial de inovação agroindustrial do Brasil, posicionando a empresa como uma das maiores produtoras globais de combustíveis renováveis. “Nosso propósito é acelerar a transição energética global, e estamos investindo fortemente no setor agroindustrial. Com uma equipe qualificada e parceiros experientes, ofereceremos ao mundo uma solução sustentável e inovadora, do início ao fim”, concluiu o executivo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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