Publicado em: 16/05/2012 às 13:00hs
"O setor de caminhões está mais difícil. As vendas estão mais dificieis e as fábricas estão com estoques altos", afirmou Cledorvino Belini após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, o estoques estão girando em torno de 45 a 50 dias de vendas, próximo do recorde de cerca de 60 dias.
Apesar da melhoria das condições do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o setor continua com dificuldade de acesso ao crédito tanto para consumo quanto para produção.
O governo incluiu na segunda fase do programa de incentivo à indústria Brasil Maior a redução de 10 por cento para 7,7 por cento ao ano a taxa de juros contida no PSI para aquisição de ônibus e caminhões por parte de grandes empresas. Além disso, estendeu o prazo de pagamento de 96 meses para 120 meses.
Ao ser questionado sobre os problemas de caminhões, Belini respondeu: "A questão é o PSI, e a liberação e aprovação de crédito".
Em contraste com a situação de caminhões, Belini afirmou que as vendas de automóveis e veículos comerciais devem melhorar ao longo do ano com o crescimento da economia e consequente queda nas taxas de juros praticadas pelos bancos.
"A baixa de juros vai ajudar o setor e o mercado tende a se aquecer", disse. "O problema hoje é que os bancos estão sendo muito rigorosos na aprovação das fichas de crédito", acrescentou, reforçando a necessidade de o governo continuar pressionando os bancos a reduzirem os juros.
Belini afirmou ainda que a Anfavea vai rever suas projeções para o setor automotivo em 2012. "O cenário está muito incerto e vamos rever em julho", afirmou, evitando dizer se a estimativa será reduzida. "O Brasil, felizmente, dá um salto às vezes e podemos ainda chegar (no crescimento atualmente previsto)", disse.
A Anfavea projeta alta de 4 a 5 por cento nas vendas de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões novos no país em 2012. Para a produção, a estimativa atual é de alta de 2 por cento.
As vendas de caminhões novos de janeiro a abril somaram 48,7 mil unidades, queda de 8,1 por cento contra o mesmo período em 2011, segundo números da Anfavea.
Fonte: Reuters
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