A necessidade de alta produtividade e o aproveitamento de todos os subprodutos originários da cana-de-açúcar têm exigido processo de produção cada vez mais  meticulosos em todas as suas etapas. E no universo agrícola, a adubação é a base para um bom produto final. Ao longo de toda Fenasucro & Agrocana – XX Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira e X Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar empresas ligadas à nutrição vegetal apresentarão produtos de alta tecnologia, como é o caso da Ubyfol, representada nesta entrevista por seu gerente técnico, Bruno Rossetti Sardinha.

É a primeira vez que a empresa participa da Fenasucro & Agrocana? Qual a importância e expectativas da marca neste evento?

A Ubyfol participa da Agrocana desde o primeiro ano, interessada em mostrar sua tecnologia exclusiva para o aumento da produtividade nos canaviais brasileiros. É de extrema importância vincular nossa marca ao maior evento de tecnologia de cana do mundo. A cada ano fazemos novos contatos e conquistamos novos mercados em virtude do evento, nacional e internacionalmente.

Quais produtos ou serviços os visitantes poderão conferir no estande da empresa? Existem características técnicas em eficiência, tecnologia ou impacto ambiental que o Sr. poderia destacar?

A Ubyfol apresenta sua linha completa de produtos para tratamento de toletes e aplicação foliar na cana-de-açúcar. O Programa de Nutrição Vegetal da Ubyfol aumenta a produtividade e a longevidade do canavial, o que faz com que esta tecnologia seja cada vez mais utilizada pelas usinas canavieiras. Com a implantação do nosso programa, o açúcar total recuperável (ATR) pode ir de 8% a 14%, e  de 5 a 25 toneladas por hectare. Com esse aumento, produz-se também mais bagaço de cana, o que, em tempos de cogeração de energia, tem um valor bastante significativo.

O Programa de Nutrição Vegetal já vem sendo implantado com sucesso em grandes grupos tradicionais como as Usinas Serra Grande, Cachoeira (Carlos Lyra), Seresta, Paísa, Sinimbú, Marituba e Santo Antônio, em Alagoas; Usinas Trapiche, União e Indústria, Cruangi em Pernambuco; Grupo Farias no Rio Grande do Norte; Usina Taquari em Sergipe e Usina Monte Alegre na Paraíba, para citar alguns exemplos de parcerias de sucesso. Na região Centro-Sul, os trabalhos são realizados em mais de 80 microrregiões específicas, em algumas das maiores usinas e maiores fornecedores brasileiros de cana espalhados pelos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Fora do Brasil, os resultados também são consolidados em grandes áreas de cana da Bolívia, Paraguai e República Dominicana.

De que forma a marca pretende interagir com o público no estande? Haverá algum tipo de ação de marketing para chamar atenção do público?

Em nosso estande na feira ofereceremos palestras e apresentações sobre a tecnologia Ubyfol. Mas, de maneira geral, procuramos posicionar a empresa sempre de maneira bastante visual, além de contarmos com depoimentos e referências de produtores e usinas que usam nossa tecnologia.

O que a empresa tem feito para ampliar e melhorar a comunicação com o mercado?

Trabalhamos com divulgação e participação em algumas das principais feiras agrícolas do país, além de vincular nossa marca às principais revistas e jornais do setor.

Na sua opinião, quais os entraves a serem vencidos pelo setor?

Um dos maiores desafios é melhorar a adubação – é uma das prioridades do processo produtivo sucroenergético. Trabalhamos hoje com variedades de cana que produzem mais e devem apresentar um bom acúmulo de sacarose, o que por sua vez depende do equilíbrio de nutrientes. O que ocorre é que essa adubação deixou de ser feita como deveria ou foi subestimada, ocasionando um efeito negativo, principalmente em anos poucos favoráveis à lavoura.

Como a absorção de nutrientes altera o cultivo da cana-de-açúcar? Existem substâncias mais ou menos importantes?

Todos os nutrientes são importantes dentro da sua proporcionalidade na planta. O potássio e o nitrogênio são os de maior demanda para os macronutrientes. Já para os micronutrientes - ferro, manganês e zinco - são os mais extraídos, e precisam ser repostos quando pensamos em um crescimento vertical sustentável nos próximos anos. Somente em alguns casos não se alterou a produtividade pelo efeito estoque do solo. A cana é uma planta de grande produção de massa vegetal e tem uma considerável extração de nutrientes. Nos primórdios da cultura no Nordeste brasileiro, ela foi cultivada por vários anos sem reposição de nutrientes, ou seja, sem adubação. Sabe-se que a cana-de-açúcar, como uma gramínea, tem a capacidade de fixar nitrogênio da atmosfera através de bactérias que podem ser viver obrigatoriamente dentro das plantas ou de vida livre. Isto fator positivo durante esse período “antigo”, pois solo era naturalmente rico em nutrientes, e garantia a produtividade.