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Sygenta quer autorização para vender mais um tipo de agrotóxico no ES

Enquanto o mundo começa a reconhecer a importância da agricultura sustentável para o combate à insegurança alimentar no planeta, a Syngenta Proteção Cultivos Ltda. requereu, nesta quarta-feira (25), o cadastro junto ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) do produto Lecar, ainda desconhecido dos produtores do Estado


Publicado em: 26/01/2012 às 14:10hs

Sygenta quer autorização para vender mais um tipo de agrotóxico no ES

Ainda não há informações sobre o uso do produto e nenhuma informação sobre o Lecar foi encontrada no site da empresa. Para agricultores familiares do Estado, a empresa repete no Espírito Santo o que vem sendo executado por outras produtoras de venenos agrícolas: estão tentando abrir aqui, o espaço que foi fechado para elas no mercado europeu.

Apesar de o País ainda admitir o uso de venenos químicos, alertam eles, é cada vez maior a luta pelo fim de defensivos agrícolas na produção de alimentos no País.

Só no Espírito Santo, o consumo dos alimentos orgânicos cresce cerca de 20% a 30% ao ano, apesar dos problemas que dificultam a comercialização do produto. A informação é que apenas 140 propriedades orgânicas possuem certificação no Estado. Registrado, o Estado produz cem toneladas/mês de orelicultura; mil toneladas de frutas, entre elas banana, morango, mamão e citrus, e quatro mil sacas de café beneficiado, sem a utilização de agrotóxico.

Além disso, há cerca de 500 famílias, que apesar de não certificadas, estão no processo de produção de alimentos orgânicos ou conversão da agricultura convencional para a natural no Estado.

A Campanha Permanente Contra o Uso de Agrotóxico e pela Vida também recebe o apoio de 50 organizações sociais do País. No Espírito Santo, representações de entidades, como Via Campesina, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento Mulheres no Campo e Associação dos Programas em Tecnologias Alternativas (APTA) são alguns dos incentivadores de uma cultura livre de agrotóxico no Estado que é hoje considerado o segundo maior consumidor de agrotóxico do País.
 
O desafio, porém, é driblar atravessadores e produtores que insistem em não abrir mão de hábitos nocivos, tanto à sua família quanto ao consumidor externo. Outro desafio, apontam os agricultores, se deve ao uso de agrotóxico indiscriminadamente nas lavouras do Estado, inclusive através do uso de aeronaves, devido a falta de fiscalização do poder público.

Destaque

Em 2010, o Estado do Espírito Santo se destacou no ranking da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dentro dos dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para), que revelaram teores de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e uso de agrotóxicos não autorizados.

Dentro do total pesquisado no mercado capixaba, 27,4% dos alimentos se encontram com teor de contaminação, com base na pesquisa, realizada com informações levantadas em 2010. Pimentão, pepino e alface são considerados os alimentos mais insatisfatórios.

Dos 50 princípios ativos mais usados em agrotóxicos no Brasil, 20 já foram banidos na União Europeia. Um deles, o endossulfan, encontrado no pimentão, não é usado nos EUA e na China. Até o ano que vem, a Anvisa pretende eliminar o produto químico de todo o País.

Fonte: SéculoDiario.com

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