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Supermercados de São Paulo aumentam preços de produtos derivados da carne de frango

Pesquisa feita pela Associação Paulista de Avicultura (APA) em supermercados de São Paulo mostra que, em meio à crise de insumos que afeta o setor avícola e aumenta os preços dos produtos nas indústrias


Publicado em: 23/08/2012 às 18:40hs

Supermercados de São Paulo aumentam preços de produtos derivados da carne de frango

Pesquisa feita pela Associação Paulista de Avicultura (APA) em supermercados de São Paulo mostra que, em meio à crise de insumos que afeta o setor avícola e aumenta os preços dos produtos nas indústrias, alguns estabelecimentos têm aproveitado para ampliar margens sobre os preços de produtos derivados da carne de frango.

De acordo com o levantamento, em alguns casos, uma bandeja de filé de peito produzida no estado de São Paulo chega a ser vendida na gôndola até 129% acima do preço de venda da agroindústria. No caso do frango inteiro, a diferença chega a 139%, e da coxa, 146%. Um dos casos que chamam mais a atenção é o do frango a passarinho, cuja margem chega a atingir 220%.

O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, classifica como antiético esse movimento, principalmente levando-se em conta que a avicultura brasileira atravessa uma das piores crises de sua história."Enquanto empresas e pequenos produtores do setor avícola lutam diante de um dramático aumento de custos, alguns estabelecimentos do varejo se aproveitam para explorar o bolso do consumidor", argumenta.

O presidente da Ubabef defende que está clara para o Brasil a dificuldade do setor avícola e outros que dependem de ração, especialmente milho e soja em decorrência da inusitada e brutal seca que assolou os EUA. Os estoques mundiais de milho, de 120 milhões de toneladas, foram consumidos pela quebra da safra norte-americana e do sul do nosso continente. Cerca de 10% da safra mundial do grão para este ano foi consumida pela seca.

Não foram diferentes os efeitos sobre a safra de soja, nem sobre os baixos estoques de farelo de soja."Falta ração, e a que está disponível ficou muito mais cara. É um processo natural reduzir a oferta, e absolutamente lógico repassar aumentos de custos para os preços dos produtos. Mas o que não é lógico e nem normal é que alguns estabelecimentos varejistas se aproveitem e aumentem o produto em percentuais desmedidos, sem entender que a hora é de reduzir os prejuízos da cadeia produtiva como um todo", destacou Turra."O produtor e a indústria estão fazendo sua parte e, evidentemente, espera-se do varejo como um todo esse mesmo comportamento. Afinal, o setor avícola destina ao mercado interno 9 milhões de toneladas de produto para que a população brasileira tenha acesso a uma proteína acessível e saudável", completou o presidente da Ubabef.

Sobre os casos de notável aumento abusivo de preços nas gôndolas dos supermercados, o presidente da Ubabef enfatiza a importância do envolvimento do consumidor como agente fiscalizador."O consumidor tem que denunciar, e a indústria, juntamente com as entidades do varejo e os estabelecimentos que trabalham de forma ética, devem fiscalizar as margens colocadas. A hora é de buscar a superação da crise que aconteceu por causas que independem da capacidade de competição do mercado brasileiro e mundial", concluiu.