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Setor sucroenergético reivindica volta da mistura de 25% de etanol na gasolina

Para dirigentes do segmento falta uma definição clara do governo federal em relação à participação do etanol na matriz de combustíveis do País


Publicado em: 17/10/2012 às 19:40hs

Setor sucroenergético reivindica volta da mistura de 25% de etanol na gasolina

No dia em que a presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu que existe a necessidade de reajuste no preço da gasolina – embora tenha descartado aumento no curto prazo -, lideranças do setor sucroenergético brasileiro mais uma vez reivindicaram medidas governamentais que contribuam para resgatar a competitividade do etanol.

Reunidos nesta terça-feira (16) em evento na capital paulista, dirigentes do segmento da cana-de-açúcar elegeram a volta da mistura de 25% de etanol – do tipo anidro – à gasolina como prioridade. Como instrumento de controle da inflação, o governo mantém o preço da gasolina no mercado doméstico defasado em relação às cotações internacionais do petróleo, o que acaba prejudicando a competitividade do etanol.

De acordo com Plínio Nastari, presidente da Datagro, o preço da gasolina no Brasil está 20% abaixo do valor referência praticado no exterior. Segundo ele, o retorno da adição de 25% de etanol à gasolina livraria o Brasil de ter que importar cerca de 2,5 bilhões de litros do combustível fóssil. “Além disso, resgataríamos ganhos ambientais com o incremento do uso do etanol.” Números da Datagro apontam que as importações de gasolina saltaram de 505 milhões de litros em 2010 para 2,1 bi só no acumulado deste ano até julho.

Na avaliação do presidente interino da União da Indústria de Cana-De-Açúcar (Unica), Antonio de Pádua Rodrigues, falta uma definição, por parte do governo, da participação do etanol na matriz de combustíveis do País. “Se não houver uma retomada do etanol, o Brasil terá que gastar cerca de US$ 600 bilhões para importar mais gasolina”, disse.

Para Ismael Perina Júnior, presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), não há uma política clara do governo para o etanol. “O setor carece de um ambiente regulatório previsível”, endossou Nastari. Peter Baron, diretor executivo da Organização Internacional do Açúcar (OIA), fez coro ao afirmar que “um setor não se desenvolve sem marcos regulatórios bem definidos”. Os investidores, ressaltou, querem e precisam de regras claras.

Fonte: Sou Agro

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