O empreendimento, que possui uma área de 45m² e capacidade de processar mais de mil litros de garapa (caldo de cana), é resultado do esforço da Associação de Produtores de Cana-de-Açúcar da Barragem do Ibicuí, da Prefeitura e da Emater/RS-Ascar para melhorar as condições sociais, de moradia e de qualidade de vida daquela comunidade. Originalmente, o projeto foi concebido por 12 famílias da localidade, porém é hoje integrado por oito famílias.

“É o resultado positivo de uma luta antiga dos nossos agricultores que, desde 2002, têm total apoio da Prefeitura e de programas do Governo do Estado. Será um importante empreendimento para geração de renda na comunidade rural, ajudando a fixar o homem no campo, reduzindo a evasão de jovens para os centros urbanos a procura de trabalho”, enfatizou o técnico agrícola do escritório local da Emater/RS-Ascar, José Valdetar da Silva Gomes.

A Prefeitura de Itaara assumiu a construção do prédio, que custou cerca de R$ 51 mil. As máquinas, utensílios e a fornalha custaram cerca de R$ 35mil e foram financiados com recursos de uma emenda parlamentar, o que viabilizou a concretização do projeto. A produção de melado, rapadura e açúcar mascavo também terá início ainda nesta safra, conforme Valdetar.

“Parte da produção será comercializada para os mercados institucionais, especialmente para a merenda dos alunos da rede pública, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar, o PNAE e pela própria comunidade, que poderá vender os produtos no salão comunitário da Associação dos Produtores de Itaara e na Feirita, a feira dos produtores”, diz o extensionista.

A gerência dos trabalhos será feita pelos próprios agricultores organizados através da sua Associação, com apoio técnico da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agropecuário e da Emater/RS-Ascar.

“Além de existir uma boa demanda institucional por esses produtos, o mercado local poderá ser abastecido por produtos oriundos do município, ocupando um espaço legítimo”, destaca Valdetar.

O potencial para a produção e agroindustrialização de cana-de-açúcar foi identificado pela Emater/RS-Ascar há cerca de 10 anos, quando a Instituição incentivou o melhoramento das áreas plantadas para tornar a opção rentável para a comunidade. Foram introduzidas novas variedades de cana-de-açúcar, mais adaptadas e produtivas, de ciclos variados, para melhoria da produtividade e da produção.

Na propriedade de Luiz Damião da Rosa, foi implantada uma unidade de observação, com sete variedades diferentes de cana-de-açúcar, com o objetivo de selecionar as que melhor se adaptarem ao solo e clima local. Valdetar explica que o empreendimento estimulará a produção local de cana-de-açúcar e com isso vai gerar mais renda aos agricultores e melhorias na economia local. Com o manejo correto, cada hectare poderá produzir de em torno de 70 toneladas de cana, e será assegurado aos produtores o apoio técnico para o maior rendimento possível das áreas de cultivo.