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Preço do etanol sobe 3 vezes mais que gasolina em 2 anos

O preço médio do litro do etanol nos postos de combustíveis de Maringá subiu 15,48% nos últimos 2 anos, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em março de 2010, o consumidor pagava R$ 1,692 pelo álcool


Publicado em: 09/03/2012 às 13:40hs

Preço do etanol sobe 3 vezes mais que gasolina em 2 anos

Hoje, o valor médio é de R$ 1,954. A alta do etanol é três vezes superior a da gasolina, que subiu 4,38%: de R$ 2,626, em março de 2010, para R$ 2,741, este mês.

Com o etanol mais caro, o consumidor que tem carro flex trocou o álcool pela gasolina. A partir de 2010, houve uma explosão no consumo da gasolina no País. Enquanto as vendas de etanol caíram 35% em 2 anos, as da gasolina subiram 39%. Em 2011, o consumo da gasolina cresceu 18,79% e alcançou 35,4 bilhões de litros. Enquanto isso, o consumo de etanol caiu 28,9%, com 10,7 bilhões de litros vendidos.

O superintendente da Associação de Produtores de Biocombustíveis do Paraná (Alcopar), José Adriano da Silva Dias, diz que o preço do etanol aumentou porque houve quebra na produção de cana-de-açúcar no ano passado em função das condições climáticas. "Quando a produção é menor, o preço tende a subir. A oferta reduziu, mas a demanda estava aquecida, o que resultou na elevação do preço e na perda de competitividade."

O Paraná moeu, em 2011, 40 milhões de toneladas de cana. Em 2010, foram 43,5 milhões de toneladas. O levantamento da safra deste ano não foi concluído, mas Silva estima produção de 40 a 41 milhões de toneladas de cana para produzir 3 milhões de toneladas de açúcar e 1,4 bilhão de litros de álcool.

Dias avisa que o etanol só voltará a ser o preferido do consumidor caso o governo federal desonere a carga tributária do produto, como fez com o combustível concorrente. "A gasolina está, desde 2005, s em reajuste porque o governo não mexe no preço.

Enquanto isso, o etanol teve 46% de aumento no custo de produção porque os valores de mão de obra, luz e equipamentos subiram", justifica. "Para que volte a ser competitivo, depende só do governo, que chegou a anunciar uma série de medidas, mas que não aconteceram de fato."

A alta no preço do etanol muda também o caixa dos postos de. A venda de álcool no estabelecimento de Paulo Henrique Vital, na Avenida Mandacaru, corresponde hoje a apenas 20% de todo o combustível comercializado. "O combustível dessas férias foi a gasolina e essa situação deve permanecer ainda por um bom tempo", prevê o empresário.

Há 7 meses, a gasolina passou a ser o combustível mais vendido em um posto da Gastão Vidigal. O litro do álcool acima dos R$ 2 fez as vendas caírem 77%. "A gente até oferece álcool, mas ninguém quer. Nem aquela conta para saber qual é mais vantajoso o pessoal não faz mais", relata o gerente Claudemir Mariano.

A queda de 35% nas vendas de etanol nos últimos 2 anos abre a discussão se o Brasil vai conseguir cumprir as metas de corte nas emissões de gases causadores do efeito estufa. O governo contava com o uso crescente do etanol, que contribuiria com 8% ou 9% da meta total de corte de emissões de poluentes, assumida pelo País em 2009.

Fonte: O Diário

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