Publicado em: 30/07/2013 às 12:30hs
Depois de um 2012 difícil, repleto de alta de custos e vendas de ativos por exigência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aprovar a fusão entre Sadia e Perdigão, a BRF começa a recuperar o fôlego neste ano, embora seus resultados ainda estejam abaixo do esperado pelo mercado. Nesta segunda-feira (29), a companhia divulgou os resultados do segundo trimestre do ano, quando o lucro líquido cresceu mais de 3.000% e chegou a R$ 208,4 milhões no período, ante R$ 6,4 milhões registrados no mesmo trimestre de 2012.
A retomada foi impulsionada principalmente pelo melhor desempenho das exportações, que cresceram 19,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior e atingiram o montante de R$ 3,4 bilhões. Já os volumes embarcados cresceram 4,9% no período. A receita líquida da BRF cresceu 10% na comparação com o mesmo período de 2012, e alcançou R$ 7,252 bilhões. Esse incremento se deve, principalmente, ao desempenho da divisão mercado externo, que considera as exportações da companhia a partir do Brasil e as operações no exterior.
Segundo a companhia, a recuperação progressiva dos principais mercados, somada à desvalorização cambial e à acomodação dos custos das principais matérias-primas contribuíram para a melhora do cenário. Apesar de positivo, o desempenho da companhia ficou abaixo das estimativas de mercado, que apontavam em média lucro líquido de R$ 360 milhões.
Maior exportadora de carne de frango e suína do Brasil, a BRF foi beneficiada pela valorização do dólar diante do real e pela redução dos custos dos grãos usados na ração animal. No segundo trimestre, a receita líquida da BRF no mercado externo totalizou R$ 3,424 bilhões, crescimento de 19% sobre o mesmo período do ano passado.
Mercado interno
Quando se trata do mercado interno, a companhia precisou lidar com algumas questões neste ano, como a retração do consumo e o aumento da inflação. Segundo o seu relatório de resultados divulgado hoje, “o desafio da BRF no mercado interno no segundo trimestre foi mitigar os efeitos do consumo retraído e da venda dos ativos e suspensão de marcas”. Para driblar os desafios e seguir crescendo, a companhia afirmou que está “dando continuidade à estratégia de inovação e diversificação de portfólio”.
Apesar de tais percalços, a receita líquida da BRF no mercado interno cresceu 3% no segundo trimestre deste ano, para R$ 4,101 bilhões. As vendas totalizaram R$ 3,1 bilhões – sem incluir Food Service e Lácteos – um aumento de 4,3% na comparação com o mesmo período de 2012. Já o lucro operacional nessa unidade de negócio alcançou os R$ 225,4 milhões, crescimento de 24%.
O segmento de lácteos por sua vez, registrou receita de R$ 704,8 milhões no trimestre avaliado, alta de 0,4% ante o mesmo período do ano passado, mesmo diante da redução de 18,8% nos volumes de leite UHT, considerada “estratégica” pela empresa. Alguns lançamentos de produtos com maior valor agregado, como iogurtes, queijos e bebidas lácteas acabaram por ajudar no crescimento da margem operacional que evoluiu de 0,4% para 3,5%. Segundo o relatório, “esse desempenho muito acima do ano anterior é fruto de medidas estruturais que vêm sendo tomadas pela BRF nesse segmento e em função da conjuntura mais favorável”.
No segmento de Food Services, a receita líquida do trimeste chegou a R$ 360,2 milhões, aumento de 2% em comparação ao período de 2012. Segundo a BRF, “esse mercado enfrentou cenário adverso entre maio e junho, com desaceleração provocada pelo menor consumo fora do lar especialmente afetado pela inflação de alimentos”. Mesmo diante desse cenário de menor crescimento, a companhia destaca a rentabilidade, com margem operacional de 10,2%, 1,1 ponto percentual acima.
Dívida
No fim do segundo trimestre, a BRF tinha uma dívida líquida de R$ 7,423 bilhões, ante R$ 7,152 registrados no fim de março. O índice de alavancagem da companhia (relação entre dívida líquida e Ebitda) caiu de 2,38 vezes no primeiro trimestre de 2013 para 2,22 vezes no fim de junho deste ano.
O lucro, antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da BRF totalizou R$ 801 milhões, aumento de 55% na comparação com os R$ 515 milhões apurados no segundo trimestre o ano passado. Já a margem Ebitda da companhia passou de 7,5% no segundo trimestre de 2012 para 10,6% no trimestre encerrado em junho deste ano.
Fonte: ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO CORPORATIVA BRF
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