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JBS contesta acusações feitas pelo Greenpeace

Acusações afirmam que a empresa violou compromisso público de não comprar bovinos de áreas de desmatamentos da Amazônia, terras indígenas ou de fazendas que estejam envolvidas com trabalho escravo


Publicado em: 12/06/2012 às 08:15hs

JBS contesta acusações feitas pelo Greenpeace

A JBS divulgou na última quarta-feira (06/06) comunicado negando várias acusações feitas à empresa pelo Greenpeace, que afirma que a empresa violou compromisso público, assinado em 2009, de não comprar bovinos de áreas de desmatamentos da Amazônia, terras indígenas ou de fazendas que estejam envolvidas com trabalho escravo."As informações que mencionam a JBS no relatório são falsas, enganosas, incorretas e induzem a sociedade a uma conclusão equivocada sobre a realidade dos fatos. Por esse motivo, a companhia interpelará judicialmente o Greenpeace e buscará todos os meios jurídicos cabíveis para a reparação dos danos materiais e à sua imagem causados pelas informações equivocadas divulgadas", diz o comunicado da JBS encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A JBS responde, no comunicado, às acusações. Sobre a aquisição de gado das fazendas Vento Sul, Muiraquitã e JK Pneus, a empresa diz que as propriedades não aparecem na lista de restrições do Ibama. A empresa diz também que a última compra realizada da Fazenda Flor da Mata foi em 15 de julho de 2011, quando a fazenda não constava na listagem do Ibama, o que se deu apenas em 02 de dezembro de 2011. Sobre a Fazenda Tesouro Vienense, a última compra realizada pela JBS desse fornecedor foi no dia 25 de novembro de 2011, quando a fazenda também não estava na listagem, o que aconteceu em 28 de dezembro de 2011.

Sobre a Fazenda Pantera, a empresa diz que ela não está dentro da Terra Indígena Apyterewa, como alegado, mas situada a 339,15 quilômetros de distância da divisa dessa reserva. "A área indígena mais próxima da fazenda Pantera é a Badjonkore, que está localizada a 11,13 quilômetros de distância, conforme mapa do polígono da propriedade. Portanto, a fazenda está fora dos limites de qualquer área indígena."

No caso da Fazenda Santa Rita de Cássia, acusada de aquisição de gado de propriedade com mão de obra análoga à escravidão, a empresa afirma que a fazenda, localizada no município de Juara (MT), é de propriedade de Antônio Carlos Rangel de Almeida e não do senhor Fabiano Queiroz, conforme citado. "O senhor Antônio Carlos Rangel de Almeida não consta na lista do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A propriedade do senhor Fabiano Queiroz, citado no relatório, tem o mesmo nome (Santa Rita de Cássia), porém está localizada no município de Nova Monte Verde, no Mato Grosso, e encontra-se bloqueada na lista de fornecedores da JBS."

Sobre a Fazenda Panorama, a propriedade não consta no cadastro de fornecedores da JBS. E a unidade Pampeano Alimentos, acusada de ser abastecida com matéria-prima de seu frigorífico em Barra do Garças (SIF 42), não é da JBS, afirma a empresa.

Em relação às outras nove fazendas mencionadas no relatório da ONG apontadas como localizadas na Terra Indígena Marãiwatsede, a companhia tem os pontos georreferenciados dessas propriedades localizados fora da área da reserva.

"É importante ressaltar que o acordo assumido com o Greenpeace estabelece que as propriedades devam ser bloqueadas para compra de gado após a ciência inequívoca pela JBS da comprovação de sua localização em terras indígenas. Até o momento, recebemos apenas uma única notificação por parte do Ministério Público Federal e todas as fazendas lá mencionadas encontram-se bloqueadas no sistema da companhia."

A empresa afirma ainda que mantém relações diretas somente com produtores que atuam na etapa de engorda e terminação de animais, a qual é monitorada. "O completo monitoramento dos fornecedores indiretos de animais por parte da JBS e de qualquer outra empresa do setor somente será possível quando existir um sistema de rastreabilidade no País que permita a identificação da origem do gado desde o nascimento até sua terminação. É importante frisar que consta no acordo com o Greenpeace a reavaliação desse ponto devido à sua complexidade".

Fonte: Agência Estado

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