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GraalBio anuncia primeira planta de etanol celulósico do Hemisfério Sul

Precursora da produção do biocombustível de segunda geração no Hemisfério Sul, com planta em Alagoas, GraalBio quer se tornar referência mundial em inovação na conversão de biomassa em químicos e combustíveis


Publicado em: 24/05/2012 às 13:30hs

GraalBio anuncia primeira planta de etanol celulósico do Hemisfério Sul

A GraalBio, empresa de soluções em biotecnologia industrial do Grupo Graal, anuncia seu plano de investimentos no Brasil para produção de etanol de segunda geração e de bioquímicos. Os projetos incluem:

  • Construção de uma planta comercial de etanol celulósico pioneira no Brasil, com papel complementar ao das usinas de primeira geração;
  • Instalação de uma Estação Agrícola Experimental para desenvolvimento de novas variedades de cana com alto teor de fibras;
  • Construção de uma Planta Piloto para desenvolvimento de rotas bioquímicas;
  • Implantação de um Centro de Pesquisas para desenvolvimento de Organismos Geneticamente Modificados para produção de Bioquímicos e Biocombustíveis;

A primeira planta em escala comercial de Etanol Celulósico da GraalBio será a primeira do Hemisfério Sul e está entre as primeiras já anunciadas no mundo.

A primeira unidade brasileira de etanol celulósico será construída em Alagoas e utilizará, inicialmente, bagaço e palha de cana como matérias-primas, com o tempo substituída por cana energia. A biorrefinaria poderá funcionar em cooperação com usina de primeira geração localizada no Estado. A Companhia entende que o modelo associativo é uma opção porque há complementaridade de eficiência operacional com usinas de primeira geração, com ganhos de sinergia para ambas as partes. Com investimento de R$ 300 milhões, a planta comportará capacidade de produção nominal de 82 milhões de litros de etanol.

O bagaço e a palha da cana oferecem potencial para ampliar a fabricação nacional de etanol na atual capacidade instalada em mais de 35%, se apresentando como solução potencial para o déficit anual de 1 bilhão de litros. Tudo isso sem investimentos adicionais em terras ou competição com a produção de alimentos. A GraalBio vislumbra uma solução limpa e viável economicamente para maximizar a produtividade e a competitividade do etanol brasileiro.

A instalação de uma Estação Experimental ampliará o potencial para o desenvolvimento dos Bioquímicos no Brasil através do desenvolvimento de um novo tipo de biomassa, conhecida como Cana-Energia. A Cana Energia será desenvolvida através do cruzamento de variedades ancestrais de cana com tipo selecionados de capim, produzindo um híbrido com baixo teor de açúcar, alto teor de fibras e elevada produtividade por hectare. A combinação destes fatores, na avaliação dos técnicos da empresa, deverá produzir a biomassa mais competitiva do mundo. A estação experimental, localizada em Alagoas, terá até o final do ano cultivado 100.000 (cem mil) plântulas oriundas do cruzamento de diversos germoplasmas diferentes, e efetuará um processo de melhoramento contínuo até o atingimento da produtividade alvo de 100 toneladas de massa seca por hectare.

O Brasil oferece as melhores condições para desenvolvimento e produção de biomassa, o que coloca o País como candidato potencial a protagonista da próxima revolução biotecnológica que se desenha nos próximos anos, a partir da conversão direta de celulose em açúcar industrial, bioquímicos e biocombustíveis avançados, a começar pelo etanol de segunda geração.

A GraalBio acredita que dispõe do melhor ambiente para liderar essa corrida. O fato de ser precursora na geração do etanol celulósico em escala industrial, antecipando as previsões da própria indústria, reflete a visão da Companhia de que a segunda ‘revolução industrial’ passa necessariamente pelo avanço da biotecnologia interligado à genética. Este pensamento está sendo incorporado ao negócio, a partir de uma plataforma tecnológica inovadora e sem precedentes.

Tecnologia de ponta

A GraalBio acredita que o advento das tecnologias de processamento de segunda geração ampliará a produção da capacidade instalada do setor sucroalcooleiro, por meio do uso do bagaço da cana e sobras de eucalipto utilizadas pela indústria de papel, criando, por exemplo, nova dinâmica para estes setores. Neste contexto, a plataforma tecnológica da companhia está baseada em alianças com empresas detentoras de tecnologias de ponta – para transferência ou co-desenvolvimento – lançadas nos centros de pesquisa mais avançados do mundo.

Para antecipar a construção da primeira planta de etanol celulósico do Brasil, a GraalBio se associou à BetaRenewables e à Chemtex, afiliadas do grupo italiano Mossi&Ghisolfi, que desenvolveu uma tecnologia única de pré-tratamento e conversão de  biomassa – batizada como PROESA – capaz de converter vários tipos de matéria-prima em diversos bioquímicos e biocombustíveis.

A própria BetaRenewables anunciou a construção, em Crescentino, na Itália, de uma biorrefinaria de porte semelhante de 70 milhões de litros de etanol/ano, que leva a mesma tecnologia PROESA, prevista para iniciar operações no segundo semestre de 2012. O acordo com a BetaRenawables, joint venture entre a Chemtex e a TPGBiotech, prevê aprimoramento da tecnologia no Brasil. O investimento industrial em Alagoas, no caso, é o primeiro que materializa a intenção de desenvolvimento conjunto do potencial do mercado brasileiro no segmento de etanol de segunda geração.

A unidade no Nordeste, com a tecnologia PROESA, já tem os equipamentos críticos encomendados e começará a ser construída em julho deste ano, iniciando sua produção no último trimestre de 2013. Esta tecnologia, única no mundo, utiliza o método físico de pré-tratamento (explosão por vapor), para romper as estruturas vegetais e permitir a ação de enzimas sobre as fibras de celulose. O diferencial competitivo da PROESA está baseado num conjunto de fatores, tais como:

  • flexibilidade para usar diferentes tipos de biomassa, sem dificuldade de modificação do equipamento;
  • alta taxa de recuperação de celulose e hemicelulose;
  • dispensa utilização de químicos (processo requer apenas vapor, enzimas e leveduras);
  • baixo capex e opex;
  • baixa degradação de açúcar e nível de contaminantes, além de baixa concentração de ácido acético;
  • baixo consumo de energia no processo de agitação;
  • liquefação da biomassa em tempo inferior a 8horas, com baixa carga de enzimas;
  • facilidade de controle de PH e temperatura.

A tecnologia PROESA, portanto, simplifica e viabiliza a complexa etapa de pré-tratamento para conversão da biomassa em açúcar industrial, abrindo espaço para as etapas seguintes de hidrólise enzimática – com objetivo de quebra da celulose em moléculas de açúcar simples – e de fermentação, para transformação do açúcar em etanol celulósico. Na planta de Alagoas, os parceiros fornecedores de enzimas e de leveduras industriais são, respectivamente, Novozymes e DSM.

A Novozymes, líder mundial do segmento de enzimas, fornecerá sua mais avançada geração de enzimas para atender a planta da GraalBio em Alagoas. A DSM será responsável pelo fornecimento das leveduras geneticamente modificadas que fermentarão o etanol de segunda geração. A GraalBio considera a Novozymes e a DSM, respectivamente, os melhores desenvolvedores de enzimas e de leveduras do mundo, e tem orgulho em tê-los como parceiros.

Planta Piloto em Campinas

A GraalBio construirá também uma unidade piloto este ano na cidade de Campinas, que utilizará a tecnologia Proesa como plataforma para o desenvolvimento de novas rotas bioquímicas. Serão três linhas independentes, sendo uma para aprimorar a tecnologia de etanol celulósico e as outras duas para o desenvolvimento de rotas bioquímicas, com foco para os químicos que o Brasil atualmente importa.

A construção da planta piloto possibilitará a GraalBio ter um ativo papel como codesenvolvedora de tecnologias celulósicas  e se constituirá numa importante plataforma para atração dos melhores parceiros a nível mundial.

Centro de Pesquisas com Unicamp

O Centro de Pesquisas da GraalBio será construído ainda este ano e instalado no campus da Unicamp, em parceria com a Universidade. As tecnologias a serem desenvolvidas no Centro estarão focadas na modificação genética de leveduras brasileiras, consideradas as mais robustas e eficientes do mundo, para produzir uma linhagem com capacidade de processar a matéria prima celulósica com rapidez e alto rendimento.

A GraalBio tem uma estratégia de diversificação de negócios que começa a ser implantada desde o seu nascimento. A Companhia acredita que os bioquímicos, nos quais estará focada, possuem mercado crescente no Brasil e serão mais competitivos do que a alternativa fóssil. 

Sobre a GraalBio

A GraalBio é uma subsidiária do Grupo Brasileiro Graal. Sua visão é a de ser a empresa brasileira líder mundial em conversão de biomassa celulósica a partir de uma plataforma tecnológica inovadora, sem precedentes na indústria.

Agente da revolução industrial verde

A GraalBio entende que os avanços atuais da biotecnologia e da genética prometem a 2ª Revolução Industrial Verde, em que microorganismos geneticamente modificados e proteínas sintéticas substituirão as máquinas, porém dessa vez reduzindo os impactos ambientais e tornando o planeta mais seguro e limpo. A Companhia quer fazer desta visão seu modelo de negócio e, dessa forma, busca romper com paradigmas assumidos pela indústria. Assim, está estruturada em 5 frentes:

1. Formação de capital humano, criando um espaço atrativo para atrair talentos entre cientistas e empresários. “Há uma oferta de cientistas no mundo desenvolvido com poucas perspectivas em razão da atual crise econômica. O Brasil não só começa a desenvolver em quantidade e qualidade crescentes uma nova geração de mestres, doutores e pesquisadores como também reúne as melhores condições em recursos naturais para converter biomassa. A proposta da Companhia é inovar para atrair tecnologia, pessoas com conhecimento e empresariar o conjunto para exportar conhecimento e valor agregado.”

2. Construção de mecanismos e reputação no Brasil que forme um ambiente de confiança no respeito de direitos proprietários. “O reconhecimento de registro de patentes é lento e burocrático no País. As empresas devem assumir um papel precursor no risco tecnológico e no compromisso com patentes. A GraalBio pretende ser uma referência como veículo de novas tecnologias para o Brasil.”

3. Prospecção e seleção das tecnologias mais promissoras do mundo para converter biomassa. “Enquanto se aguarda o amadurecimento de tecnologias para biocombustíveis de segunda geração no Brasil, os americanos constroem hoje 29 biorrefinarias para os mais variados produtos a partir da conversão de celulose. A GraalBio está em negociações com detentores de patentes para licenciamento, compra e aplicações industriais no Brasil e buscará, no País, parceiros para co-desenvolvimento, suprimento de matérias primas e novos projetos.

4. Desenvolvimento de biomassas mais produtivas do mundo. “O Brasil tem potencial para se transformar na Arábia Saudita da biomassa de forma inconteste. É possível desenvolver novas variedades que não compitam com segurança alimentar, com gado ou com preservação de florestas e da água. A tecnologia de etanol de segunda geração pode viabilizar melhor uso da terra produtiva, dedicando mais da plantação atual para produzir açúcar e parte da terra para fabricação de etanol celulósico.

5. Eficiência empresarial. “A GraalBio quer ser uma empresa baseada em tecnologias inovadoras e na ação empresarial ágil. Como a aliança com a BetaRenewables e a Chemtex, pretende desenvolver a tecnologia PROESA para converter biomassa brasileira, atual e futura, em etanol de segunda geração, além de outras alianças para bioquímicos e biocombustíveis avançados a partir de distintas rotas e processos. Funcionará a partir de três bases de pesquisa a partir deste ano: Brasil, Eua e Itália, de onde partirá não apenas como licenciadora de novas tecnologias, mas co-desenvolvedora e co-proprietária das principais biotecnologias aplicáveis no Brasil.

Acesse mais informações da GraalBio em www.graalbio.com.

Fonte: FSB Comunicações

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