Publicado em: 14/06/2013 às 09:20hs
Chuvas no início desta semana no litoral do Sudeste do Brasil desaceleraram o embarque de açúcar no porto de Santos por um dia, mas rapidamente pararam.
A colheita de 590 milhões de toneladas de cana-de-açúcar foi praticamente ininterrupta nas lavouras da região centro-sul desde o fim das fortes chuvas, nos primeiros dois dias de junho, disse a Somar Meteorologia, nesta quinta-feira.
"A preocupação agora é que as chuvas se espalhem pela região produtora de cana a partir de domingo, mas elas serão fracas e não devem oferecer risco de paralisação da moagem", disse a meteorologista da Somar, Nadiara Pereira, acrescentando que pode haver áreas isoladas de chuvas mais fortes.
As chuvas paralisam a colheita e desaceleram a produção de açúcar, pois as usinas favorecem o etanol quando a umidade adicional dissolve a sacarose na planta de cana e torna a produção do açúcar mais cara em comparação com a do biocombustível.
Trabalhadores portuários disseram no início desta semana que começarão uma greve em todos os portos brasileiros a partir de 25 de junho caso não sejam feitas mudanças aos planos do governo de leiloar uma série de novos terminais portuários para o setor privado no fim de 2013. Os trabalhadores dizem que estão preocupados com seus empregos caso os novos proprietários de terminais forem autorizados a contratar mão-de-obra fora dos sindicatos e grupos de trabalho estabelecidos atualmente.
Em recentes greves portuárias, no entanto, o impacto sobre o embarque do açúcar bruto a granel foi limitado, embora o embarque do açúcar branco ensacado esteja mais propenso à lentidão durante as paralisações trabalhistas.
A frente fria que deve atingir a maior parte do centro-sul e Santos durante o final de semana vai reduzir as temperaturas no cinturão da cana, o que deve ajudar as plantas a elevar seus níveis de sacarose e melhorar a produtividade para açúcar e etanol nas próximas semanas.
Condições favoráveis para a moagem da cana e de embarque do açúcar no porto nos últimos 10 dias são atualmente refletidos nos preços futuros na bolsa de Nova York. O contrato spot julho fechou em queda de 0,5 por cento na quarta-feira, perto dos níveis mais baixos desde meados de 2010. Nesta quinta-feira o açúcar operava estável em Nova York.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) relatou na terça-feira que as chuvas na segunda metade de maio desaceleraram a colheita das usinas e a produção de açúcar na região, ante a primeira metade do mês passado.
Fonte: Reuters
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