Em 2011, a Fibria executou a estratégia anunciada ao longo do ano de fortalecer seu desempenho operacional e focar no negócio celulose – a companhia concluiu a venda de seus ativos de papel, Conpacel, KSR e Unidade Piracicaba. Em comparação ao ano de 2010, a Fibria apresentou uma queda nos resultados, justificada pela redução de 9,6% no preço médio líquido da celulose em reais e pela forte volatilidade cambial. A ausência da receita proveniente da operação da Unidade Piracicaba (vendida em setembro) também refletiu nos números da empresa.

Com foco na eficiência operacional e no ganho de produtividade, a companhia alcançou em 2011 volume recorde de produção e venda, tendo comercializado mais de 99% das 5,2 milhões de toneladas de celulose produzidas. Só no quarto trimestre, foram vendidas 1,4 milhão de toneladas – volume 12% superior a igual período em 2010. A receita líquida totalizou R$ 5,85 bilhões no ano, 7% inferior a de 2010. O Ebitda pro-forma (que exclui os resultados de Conpacel e KSR) foi de R$ 1,96 bilhão, com margem de 34%. No quarto trimestre, o Ebitda foi de R$ 390 milhões.

A valorização do dólar sobre o real a partir de setembro resultou em um aumento do endividamento decorrente da conversão da dívida em moeda estrangeira (92% do total) para reais. Esse efeito é meramente contábil, sem impacto caixa, e a exposição da dívida em dólar está em linha com a estratégia da empresa em criar uma proteção à sua natureza exportadora. Como resultado deste impacto cambial, o resultado financeiro foi negativo em R$ 1,9 bilhão, sendo a principal causa do prejuízo registrado no ano de R$ 868 milhões.

A solidez financeira da companhia é reforçada pela sua posição de caixa de R$ 1,84 bilhão em 31 de dezembro – montante equivalente a 1,6 vezes a dívida de curto prazo, reiterando a capacidade de cumprimento dos compromissos previstos para 2012, que representavam 10% da dívida total. No final de 2011, o prazo médio da dívida era de 73 meses. A dívida líquida apresentou queda de 3% na comparação ano contra ano, totalizando R$ 9,48 bilhões. Em caráter preventivo, em meio à incerteza do cenário macroeconômico mundial e da consequente volatilidade cambial, em dezembro a Fibria renegociou satisfatoriamente as cláusulas contratuais (covenants) relacionadas à parcela da dívida bancária, sem incidência de novas taxas de juros.

Em 2011, a Fibria conseguiu antecipar em três anos a meta de captura de sinergias de aproximadamente R$ 4,5 bilhões, a valor presente líquido, provenientes da formação da empresa. Entre as principais ações que permitiram esse resultado, destacam-se o aumento da produção, resultante da implementação de melhores práticas, renegociação de contratos com fornecedores, otimização do uso de químicos, energéticos, entre outras ações, que ficam evidenciados no controle de custos da companhia, ao minimizar o impacto da inflação.

A Fibria mantém, em 2012, seu foco no Projeto Competitividade, buscando geração de valor, redução de custos e aumento de produtividade. Os ganhos de eficiência operacional conquistados no ano passado, resultado, entre outros, da modernização da linha de branqueamento de celulose da Fábrica A da Unidade Aracruz e da ampliação do modelo de gestão de áreas arrendadas, contribuíram para uma redução no Capex para 2012, se comparado ao ano anterior. Trata-se de liberação de recurso que irá contribuir para a amortização da dívida e o fortalecimento da liquidez.

Sustentabilidade

Em 2011, pelo terceiro ano consecutivo, a Companhia integrou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa e o Índice Dow Jones de Sustentabilidade – carteira 2011/2012 – e, pelo o segundo ano, foi anunciada como única empresa do setor de madeira e papel a participar do Índice Carbono Eficiente (ICO2) da BM&FBovespa. A presença da Fibria nos índices mencionados demonstra o alto grau de comprometimento da companhia com práticas de sustentabilidade e governança corporativa.