Publicado em: 21/03/2013 às 07:20hs
A indústria da cana-de-açúcar não é uma cultura de raízes imóveis. Ao contrário, a cada ano e a cada safra, novas técnicas de plantio e produção de derivados ganham mais espaço. E um dos exemplos de inovação que deve ganhar cada vez mais mercado e já atrai investidores brasileiros e estrangeiros é o etanol celulósico, ou de segunda geração, obtido através do bagaço da cana, um dos tipos mais populares de biomassa.
Esse tipo de combustível pode reduzir em 90% a emissão de gás carbônico em comparação com a gasolina. E, utilizando o bagaço que seria descartado ou sub-utilizado, as usinas têm fonte para a produção de mais açúcar. Segundo a Novozymes, empresa voltada à bioinovação, a demanda mundial prevista por etanol, em 2015, foi calculada em 9.540 bilhões de litros e o processo do etanol celulósico pode elevar a produção de uma usina em até 20%. Uma tecnologia que certamente terá espaço garantido nas inovações apresentadas na FENASUCRO 2013 - 21ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética.
Os motivos são muitos, e acompanham o entusiasmo das empresas ligadas ao setor. A Raizen, sozinha a maior produtora de etanol e açúcar do Brasil, é uma das que pretende implantar sua primeira usina de etanol celulósico. É um investimento estimado em R$ 200 milhões, a ser aplicado na usina Costa Pinto, em Piracicaba (SP). Se sair do papel, estará pronta no fim de 2014, com capacidade instalada para produzir 40 milhões de litros do biocombustível a partir do bagaço e da palha da cana. A empresa prevê que o crescimento da moagem de cana será grande em todo o Centro-Sul, e tem expectativa que a safra 2013/14 renda de 600 milhões de toneladas de cana.
Empresas já buscam a produção de cana brasileira para a produção de outros produtos, ligados ao etanol, com o auxílio de órgãos federais como o BNDES, que já liberou aporte na casa dos R$ 8 milhões para tais operações. Entre os interesses estão o estímulo à pesquisa em ácido succínico, oriundo da cana-de-açúcar, que pode substituir o ácido adípico, de ampla utilização no setor industrial. Prevista para 2013 também estão as atividades da planta da GraalBio, um investimento de R$ 300 milhões que deve produzir 82 milhões de litros anuais de etanol de segunda geração, a partir de palha e bagaço de cana. A Petrobras, cada vez mais ligada à fontes de energia não-fósseis em seu plano estratégico 2011-2015 reservou investimentos de US$ 1,9 bilhão para ampliar a produção de etanol - US$ 300 milhões apenas para o desenvolvimento de novas tecnologias.
A 21ª FENASUCRO, promovida pela Reed Multiplus e com realização do CEISE Br, traz novo layout, com exposição setorizada da feira em agrícola, processos industriais, transporte e logística e fornecedores industriais, unificando assim a Fenasucro, Agrocana e Forind SP. A expectativa é superar o número de 500 empresas e receber mais de 30 mil visitantes.
Mais informações em www.fenasucro.com.br
Fonte: 2PRÓ Comunicação
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