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Família do Paraná investe na produção de vinhos na serra catarinense

A serra catarinense é uma das regiões mais promissoras do Brasil na produção de vinhos de alto padrão conforme o resultado de novas pesquisas e da alta tecnologia que demonstram a potencialidade do local


Publicado em: 09/08/2012 às 08:50hs

Família do Paraná investe na produção de vinhos na serra catarinense

Segundo a Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis), as regiões de São Joaquim, Campos Novos e Caçador possuem 500 hectares de vinhedos implantados, sendo 35 empreendimentos e uma produção de dois milhões de litros por ano. Dentre os produtores está uma família natural de Curitiba (PR), os irmãos Pioli Bassetti, que fundaram a Vinícola Villaggio Bassetti.

Localizada a 1.250 metros de altitude em São Joaquim (SC), a Vinícola possui cerca de 100 hectares, sendo 13 deles implantados com uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Sauvignon Blanc e Sangiovese, num total de 34 mil plantas. Desde as mudas até os equipamentos de elaboração dos vinhos foram importados da Europa, um investimento que atinge os R$ 4 milhões. A produção em 2012 será de 20 mil garrafas, dos vinhos Primiero 2009, Montepioli 2010, Sauvignon Blanc 2011 e Rosé 2011, rótulos já disponíveis nos mercados do sul do país e em São Paulo.

José Eduardo Bassetti, um dos fundadores da Vinícola, fala que a expectativa é acompanhar a evolução do segmento de maneira sustentável. “Nossa estratégia é crescer pela demanda de mercado. O consumo de vinhos finos no Brasil vem crescendo de forma consistente, próximo a 10% ao ano, o que nos estimula a projetar um crescimento de nosso empreendimento até o limite de 120 mil garrafas por ano, daqui a dez anos”, afirma. A Vinícola possui uma produtividade média de quatro mil quilos de uva por hectare, com alterações em função da variedade.

A aposta na serra catarinense também compõe essa estratégia, uma vez que a região está com maior visibilidade gerando interesse por parte dos consumidores e especialistas. Bassetti explica que a decisão de adquirir terras no local aconteceu ao perceber que os vinhedos na região – entre 900 e 1400 metros de altitude – estão dentro dos melhores padrões de produção de uvas para vinhos finos. “Estudamos as condições climáticas e o solo de diferentes locais e em função da qualidade da serra catarinense optamos por criar a Vinícola na região”, diz. A grande amplitude térmica faz com que as uvas tenham uma maturação completa e lenta, características que influenciam o resultado final do vinho.

A Villaggio Bassetti foi fundada em 2005, tendo a sua primeira safra em 2008, com o lançamento no mesmo ano do Primiero 2008. A empresa passa por um período de expansão, com diferentes projetos para o futuro, que incluem a construção de uma nova vinícola voltada ao enoturismo que, segundo Bassetti, tem um orçamento de R$ 2 milhões. Antes disso, o objetivo é se estabelecer no mercado e conseguir competir de igual para igual com os vinhos estrangeiros. O Brasil toma 1,8 litro per capita de vinho por ano e importa mais de 80% do que consome.

“Como acontece em outros setores, somos penalizados por uma carga tributária excessiva que onera toda a cadeia produtiva, muito diferente do que ocorre em outros países produtores de vinho. Mas, estamos confiantes que a qualidade de nossos vinhos pode fazer a diferença na conquista do nosso espaço”, finaliza Bassetti.

Fonte: Básica Comunicações

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