Com menos de três meses de atividades, a empresa de celulose Eldorado Brasil começa a acionar neste mês seus centros de armazenagem na Europa, Ásia e Estados Unidos, com a entrega dos primeiros carregamentos para clientes do exterior. A Eldorado também se prepara para atingir, em abril, 100% da taxa de ocupação nominal da indústria.

"Estamos com 70% da nossa capacidade nominal, mas em março estaremos entre 80% e 90% e em abril, com a taxa em 100%", afirmou Grubisich, em entrevista ao Estado. Com isso, segundo ele, a empresa atinge a perspectiva de produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano. "Para 2013, a previsão é de produzirmos entre 1,2 milhão e 1,3 milhão de toneladas de celulose", diz. A previsão é de um faturamento de R$ 2 bilhões em 2013. Os contratos com os compradores do exterior , segundo ele, estão praticamente todos fechados.

A qualidade da celulose produzida atingiu em janeiro e fevereiro 100% das especificações técnicas destinadas à exportação. "Estamos operando em condições melhores do que imaginávamos. Nossa curva de performance está abaixo no consumo de produtos químicos para clarear a celulose, atingimos 100% da qualidade para exportação em janeiro e repetimos em fevereiro. E ainda estamos aumentando mês a mês a nossa produção para chegar a 100% da taxa de ocupação nominal em abril", afirma Grubisich.

No dia 15, a empresa desembarcou na cidade de Mobile, nos Estados Unidos, a primeira carga destinada ao exterior, de 2,5 mil toneladas de celulose, embarcadas no porto de Santos em 14 de janeiro, onde a empresa tem um terminal para receber e embarcar suas cargas para o exterior. "No dia 25 de fevereiro desembarcamos 18 mil toneladas no porto de Livorno, Itália, destinadas aos nossos clientes do exterior", diz Grubisich.

As cargas ficarão em centros de armazenagem de celulose que a Eldorado instalou na Europa, Ásia e Estados Unidos e de onde serão retiradas pelos clientes internacionais. Com os centros, os clientes terão celulose praticamente em pronta-entrega. "Com nosso produto teremos um relacionamento diferenciado e de qualidade", diz Grubisich. O terminal e os centros no exterior são frutos de um investimento de total de R$ 800 milhões que a companhia teve com a logística, que inclui ainda a compra de locomotivas e vagões e em terminais ferroviários para escoar a produção de celulose.

O mercado interno também foi positivo. A empresa trabalhava inicialmente com a possibilidade de vender 7% do total de produção para o mercado interno, posteriormente o porcentual subiu para 10% e atualmente chegou a 12%. Segundo Grubisich, a Eldorado já tem fechados contratos plurianuais de 100 mil toneladas de celulose/ano e ainda há contratos de mais 50 mil toneladas em fase de conclusão. Um dos contratos é com a Santher, uma das maiores fabricantes de papéis para cuidados pessoais e profissionais do Brasil, detentora de marcas como Personal, Snob, Kiss e Sym. Pelo contrato, segundo Grubisich, a Eldorado vai fornecer 50 mil toneladas de celulose/ano, o que significa 20% do total de consumo da Santher.

Gurbisich ainda lembrou que a Eldorado conseguiu economizar R$ 400 milhões com a redução de custos e antecipação do prazo de entrega da parte industrial. "Tínhamos previsto investimento de R$ 4,9 bilhões com instalação da indústria, mas ficou em R$ 4,5 bilhões", afirma. "Vamos ampliar nossas florestas em 50 mil hectares em 2013, que são todas mecanizadas desde o plantio a colheita e dentro dos padrões internacionais de meio ambiente", diz. O empreendimento total da Eldorado, que tem como sócia majoritária a holding J&F (família Batista), consumiu R$ 6,2 bilhões.