Publicado em: 17/08/2012 às 11:40hs
O primeiro painel discutido foi o Cenário Macro Econômico do Setor Sucroenergético, que teve como temas o Mercado Global e o Setor Sucroenergético no Brasil e o Zoneamento Agroecológico da Cana para o Brasil Central. Doutor em Administração e pós-graduado em Agribusiness e Marketing de Alimentos na França, o professor Marcos Fava Neves, foi o responsável por ministrar a primeira palestra.
Marcos Fava fez uma análise do Brasil nos últimos 20 anos. Segundo ele, o Brasil era desrespeitado em outros países pela sua falta de organização. “Hoje, nós somos os principais em fóruns de agronegócio, somos os mais respeitados. E isso se dá pelo grande crescimento que o Brasil teve desde 1992.”
Marcos destaca que no ano de 2000, as exportações eram de U$ 20 bilhões, no último ano, esse número passou para quase U$ 100 bilhões, um crescimento gigantesco em um curto espaço de tempo. “Para se ter ideia, em 2010 exportamos U$ 76 bilhões. Em 2011 fechamos esse número em U$95 bilhões. E esse crescimento se deve ao agronegócio. São as atividades ligadas ao setor que ajudam o país a crescer em ritmos tão acelerados”, explica.
De acordo com o professor, a crise que atinge os países da Europa e outras regiões, não afeta diretamente o Brasil, já que o país vem se desenvolvendo cada vez mais no agronegócio. “O fato é que mesmo com esse cenário de crise, o setor agrobrasileiro está 4% maior que o ano passado. Sem dúvidas, esse ano, vamos passar de U$ 100 bilhões de exportações.”
Riscos
Fava lembrou também do risco que o país pode sofrer, caso os brasileiros passem a consumir mais etanol. “Em 2010 foi feito um trabalho projetado no consumo de hidratado no Brasil até 2020. Considerando o aumento de dois milhões de carros novos ao ano, se o indivíduo usar três litros de etanol por dia, isso vai demandar um aumento de 240 toneladas de cana, e nós não teremos essa demanda.” Ele acrescenta ainda que, caso o brasileiro passe a consumir quatro litros de etanol, o número de toneladas salta para 382 milhões de toneladas, que o Brasil não terá em seus estoques.
Ele defende que há pouca sensibilidade do Governo Federal em enxergara o problema que o país tem pela frente, em relação ao etanol. “Estávamos crescendo bem até 2009, depois desse ano o etanol começou a cair e a gasolina a subir. Nós perdemos participação no mercado, simplesmente, por questões estruturais”, avalia.
Zoneamento
O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Homero Pererira, ministrou o segundo tema do dia. Ele lembrou a atual situação do novo Código Florestal brasileiro, e destacou que o Brasil precisa de programas consistentes para recuperar as áreas degradas no país. “Tem que haver subsídio para o produtor rural, não pode deixar somente a questão do ônus.”
Ele acrescenta que os dois estados que mais cresceram no Brasil, foram Goiás e Mato Grosso. “Temos espaço para crescer na região Centro-Oeste, mas dependemos de apoio para atender a demanda que está reprimida. A nossa saída é transformar o etanol em commoditie, estimulando o consumo, para ter aumento na demanda”, enfatiza.
A rodada de palestra continua durante todo o dia. Às 13h30 terá início ao segundo painel, Desenvolvimento e Mercado da Cana-de-Açúcar, e logo em seguida, os trabalhos serão fechados com o painel três, Institucionalidade. O Canacentro é uma realização do Sistema Faeg/Senar, em parceria com o Sindicato das Indústrias Fabricantes de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar). Veja a programação abaixo e assista as palestras ao vivo pelo site: www.sistemafaeg.com.br.
Fonte: Comunicação do Sistema Faeg/Senar
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