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Brasil precisa de 90 novas usinas de cana em 10 anos

O Brasil precisaria construir 90 novas usinas de cana-de-açúcar até 2021 para reduzir a importação de gasolina, segundo cálculos divulgados na quinta-feira (20-09) pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica)


Publicado em: 24/09/2012 às 19:40hs

Brasil precisa de 90 novas usinas de cana em 10 anos

Essas novas usinas, produzindo exclusivamente etanol, seriam capazes de gerar uma produção adicional potencial de 27 bilhões de litros, o equivalente a 18 bilhões de litros de gasolina.

Por outro lado, se a produção de etanol não se expandir, a necessidade de importação de gasolina saltaria de 6 bilhões em litros em 2012 para 20 bilhões de litros em 2020, já considerando um pequeno aumento na capacidade doméstica de refino do combustível fóssil.

“Haverá uma recuperação da produtividade agrícola e uma expansão das usinas existentes [que aumentarão a oferta de etanol], mas evitar o rombo que existirá no mercado brasileiro de combustíveis em 2021 exige decisão a ser tomada agora”, afirmou o presidente interino da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues. Uma nova usina de etanol, incluindo os investimentos agrícolas, leva pelo menos três anos para começar a funcionar.

A estagnação da produção de etanol tem feito crescer as importações de gasolina para abastecer o aumento da frota nacional de veículos leves. Nos últimos 12 meses, a Petrobras registrou um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão com a importação de gasolina, que é revendida no mercado interno a preços mais baixos do que os pagos no mercado externo. No mesmo período, foram mais de US$ 3 bilhões em importações de gasolina. Se a produção interna de etanol não avançar, considerando o crescimento da frota e a manutenção dos preços atuais, o prejuízo da Petrobras chegaria a R$ 6 bilhões anuais em 2021, segundo a Unica.

Além disso, a entidade argumenta que a construção dessas 90 novas usinas geraria investimentos de R$ 100 bilhões em bens de capital, sobretudo equipamentos industriais e máquinas agrícolas. “Praticamente toda essa demanda por bens de capital, ou uns 95%, seriam plenamente atendidos pela indústria nacional”, acrescenta Pádua.

O executivo acredita que o governo está se sensibilizando para a necessidade de se ampliar a competitividade do etanol. “Acredito que haverá uma política para a competitividade do etanol, independentemente da política de preços da gasolina”, disse a jornalistas. O preço da gasolina para as distribuidoras é mantido abaixo do valor praticado no exterior como forma de o governo controlar a inflação. Ao mesmo tempo, o preço artificialmente baixo da gasolina gera um teto de preço para o etanol, que não tem os preços controlados, pois os motoristas de carros flex podem optar pelo combustível com a melhor relação custo-benefício.

Mas a questão do preço da gasolina, simplesmente, não resolveria o problema do etanol. “Se a gasolina subir 100% hoje, mas ficar sem subir por 10 anos, ninguém vai investir em uma usina de etanol”, afirma Pádua.

Fonte: Sou Agro

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