Publicado em: 17/08/2012 às 15:30hs
"O mercado na área de produtos para agricultura está bom, continua crescendo; no restante houve uma certa desaceleração mas ainda não uma crise", disse em entrevista à Reuters nesta quinta-feira o presidente da empresa para América do Sul, Alfred Hackenberger.
Maior fabricante de produtos químicos do mundo em vendas, a Basf tem meta de atingir vendas de 8 bilhões de euros na América do Sul em 2020. O valor foi elevado em novembro, de 6 bilhões de euros, quando a companhia apresentou seu plano de negócios para o período, prevendo uma expansão em mercados emergentes.
As vendas da empresa na região somaram 5,968 bilhões de euros em 2011, sendo 2,6 bilhões de euros no Brasil, país que abriga a sede regional da Basf e que representa 70 por cento das vendas sulamericanas da empresa.
INVESTIMENTOS NO BRASIL
No Brasil, a empresa prevê manter os investimentos nos anos de 2012, 2013 e 2014 no mesmo nível dos 100 milhões de reais empenhados no país no ano passado.
Segundo Hackenberger, o valor não inclui o pólo produtor de acrílicos no Brasil, que está sendo construído em Camaçari (BA), com previsão de investimentos de 1,2 bilhão de reais, e que deve entrar em operação no segundo semestre de 2014.
O projeto, anunciado em agosto passado, tem a parceria da Braskem, que fornecerá propeno e soda para o projeto em escala mundial de ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes (SAP) no Brasil.
Kackenberger explicou também que os 100 milhões de reais por ano serão destinados à melhora da logística de transporte de produtos químicos no Brasil, e ampliações das atuais fábricas.
"Os investimentos vão... na ampliação de capacidade existente e novos produtos", disse.
O executivo não descartou aquisições, mas evitou dar detalhes. Em maio, a Basf adquiriu o negócio de polímeros de poliamida do Grupo Mazzaferro no país, sem informar o valor.
INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA
O executivo afirmou que infraestrutura é um dos grandes desafios no Brasil, e ressaltou que tem "fortes esperanças" de que o plano anunciado na véspera melhore a situação.
"A gente precisa de um sistema de transporte seguro e o ideal são ferrovias e rios. Na Europa, a maior parte dos produtos químicos é transportada via ferrovia e hidrovia."
Na quarta-feira, o governo brasileiro anunciou o Programa Nacional de Logística: Rodovias e Ferrovias, no valor de 133 bilhões de reais, que prevê a concessão de 10 mil quilômetros de ferrovias e 7,5 mil quilômetros de rodovias para a iniciativa privada.
Fonte: Reuters
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