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BASF apresenta resultados de AgBalanceTM, metodologia para medir e avaliar a sustentabilidade na agricultura

Ferramenta exclusiva da companhia auxiliará agricultores em seu processo de gestão de sustentabilidade. A SLC Agrícola e a Guarani são as primeiras empresas brasileiras a utilizarem a metodologia científica


Publicado em: 09/05/2012 às 13:50hs

BASF apresenta resultados de AgBalanceTM, metodologia para medir e avaliar a sustentabilidade na agricultura

A BASF apresentou no dia 8, na capital paulista, durante Conferência Global para Imprensa da Unidade de Proteção de Cultivos, os primeiros resultados obtidos com a aplicação da ferramenta AgBalanceTM, um método para medir e avaliar a sustentabilidade na agricultura. A metodologia foi aplicada em duas grandes empresas do setor: a SLC Agrícola, produtora de commodities, focada na produção de algodão, soja e milho; e a Guarani, uma das empresas líderes do setor sucroenergético brasileiro em transformação da cana-de-açúcar.

O AgBalanceTM é uma ferramenta desenvolvida pela BASF que representa uma evolução das análises de socioecoeficiência, com ênfase na avaliação da sustentabilidade na agricultura. A metodologia diferencia-se, pois leva em conta de forma conjunta os aspectos ambientais, sociais e econômicos do segmento, além de utilizar esquemas de ponderação que permitem avaliar as práticas de produção ??de forma ampla em toda a cadeia. Para isso, 69 indicadores, cada um ligado a um dos três pilares da sustentabilidade, são calculados por meio da ponderação de aproximadamente 200 fatores de avaliação. A ferramenta já conta, inclusive, com a validação de três agências mundialmente especializadas: TÜV Süd da Alemanha, a empresa norueguesa “Det Norske Veritas” (DNV) e a National Sanitation Foundation (NSF) nos EUA. No Brasil, a ferramenta é aplicada pela Fundação Espaço ECO (FEE), instituída pela BASF.

Segundo Markus Heldt, Presidente Mundial da Divisão de Proteção de Cultivos da BASF, faz parte da estratégia global da empresa dar ênfase às soluções integradas de aprimoramento para uma agricultura sustentável, especialmente em países estratégicos: “O Brasil chama a atenção de todo o mundo quando o assunto é a produção de alimentos e bioenergia. Porém, para atender a essa demanda é preciso que o agronegócio brasileiro esteja preparado para participar de processos de certificações, atendendo às exigências de boas práticas de gestão cobradas pelos países importadores”, argumenta Heldt.

O objetivo da BASF com a ferramenta é demonstrar aos seus diversos públicos de relacionamento, incluindo agricultores e representantes das cadeias produtivas agropecuárias, a possibilidade de identificação de pontos de melhoria na excelência operacional do agronegócio. “Com a aplicação do AgBalanceTM, podemos medir o progresso da produção agrícola de forma detalhada e precisa. Esperamos, assim, contribuir para que o debate em torno da agricultura sustentável torne-se mais racional e, principalmente, mensurável”, afirma Eduardo Leduc, Vice-presidente Sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para América Latina, Fundação Espaço ECO e Sustentabilidade para a América do Sul. “O AgBalanceTM também nos ajudará a nortear o gerenciamento do nosso portifólio em longo prazo e a direcionar os investimentos da empresa em pesquisa e desenvolvimento”, pondera Leduc.

Os resultados

Para a SLC Agrícola, o estudo avaliou e comparou a produção de soja, milho e algodão, bem como a cadeia de suprimentos e logística de escoamento em duas unidades da empresa: a fazenda Planalto, localizada na cidade de Costa Rica, no norte de Mato Grosso do Sul, e a fazenda Panorama, localizada no município de Correntina, no oeste Baiano.

O estudo, que comparou dados relativos à safra 2009/10, verificou que a SLC Agrícola já demonstra práticas avançadas de gerenciamento da sustentabilidade em seu processo produtivo. No entanto, em alguns dos indicadores como tipo manejo de solo, emissões de gases e consumo de recursos e rentabilidade, há diferenças significativas entre as duas unidades, sendo que a fazenda Planalto apresenta índices superiores de socioecoeficência. Em outros aspectos analisados, como consumo de água e conservação da biodiversidade, há uma maior paridade no processo de gestão. 

Uma das análises mais impactantes identificada pelo estudo refere-se à utilização dos  fertilizantes no processo produtivo. Desde a sua produção (grandes volumes) e transporte até a fazenda (“antes da porteira”), identificou-se que os fertilizantes são os insumos que consomem a maior quantidade de energia e os que mais emitem dióxido de carbono (CO2). Na fazenda Planalto, as condições de solo são superiores (solo mais maduro e desenvolvido para a produção), o que contribui para que a fazenda consuma menos fertilizantes por área plantada. Já na fazenda Panorama, utiliza-se maior quantidade de fertilizantes, pois além das características do solo serem diferentes o mesmo é utilizado há menos tempo para a produção agrícola intensiva. O estudo identificou, finalmente, uma oportunidade de otimização do uso de fertilizantes, por meio de adoção de tecnologias como agricultura de precisão, fertilizantes de liberação mais lenta, uso de estabilizadores na formulação, além de práticas como a rotação de culturas, plantio direto, adubação verde, entre outras ações técnicas que poderão auxiliar ambas as fazendas a reduzirem o consumo de energia, de  emissões e de recursos (“antes e dentro da porteira”). Para efeito de ilustração, caso a SLC defina uma meta de redução de 10% no volume de fertilizantes utilizado por ano nas duas fazendas, seriam economizados 14.881.595 kwh, energia suficiente para abastecer - durante um ano - 2.073 casas; ou ainda, 7.990 toneladas de CO2 deixariam de ser emitidas, o equivalente a um caminhão de 14 toneladas dando 150 voltas completas na Terra.

Outro ponto importante identificado pela ferramenta AgBalanceTM refere-se aos aspectos logísticos. Enquanto a fazenda Planalto pode contar com os modais rodoviário e ferroviário para transportar seus insumos e escoar sua produção para o Porto de Santos (SP), a fazenda Panorama utiliza-se somente do modal rodoviário. Utilizando o mesmo comparativo para ilustração, ao substituir todo o modal de transporte rodoviário pelo ferroviário para todo o volume de soja produzido nas duas fazendas, deixaria-se de emitir por ano o equivalente a 2.808 toneladas de CO2, o que corresponde às emissões de um caminhão de 14 toneladas dando 53 voltas em torno da Terra. Em relação a aspectos sociais, a opção pelo modal ferroviário contribuiria, ainda, para reduzir os acidentes no transporte em 26%.

Embora não tenha sido identificada grande diferença no desempenho social das fazendas, algumas boas práticas podem ser compartilhadas. Os programas de segurança são eficientes em ambas, porém na Planalto verificou-se um nível de maturidade maior das equipes, justificado como reflexo da cultura de segurança desta fazenda, que já tem mais de 30 anos de mercado, frente aos quatro anos da fazenda Panorama sob gestão da SLC. Esta diferença tem consequências diretas em indicadores como afastamento por acidentes de trabalho, por exemplo. A recomendação de AgBalanceTM neste caso concentra-se na continuidade dos investimentos em qualificação profissional na unidade Panorama.

“Quando demos início ao estudo, já tínhamos o indício de que a gestão da fazenda Planalto seria mais socioecoeficiente. Porém, com o AgBalanceTM, ficou evidente que temos pontos de melhoria e potencialidades em  nossas unidades. Nosso objetivo agora é elevar nossa excelência operacional,  além de podermos implementar ações que reforçarão nossa posição de empresa referência em gestão da sustentabilidade na  agricultura”, afirma o presidente da SLC Agrícola, Arlindo Moura.

No caso da Guarani, os estudos basearam-se na comparação entre as Unidades Industriais Andrade, localizada no município de Pitangueiras, e a Cruz Alta, na cidade de Olímpia, ambas no noroeste Paulista. Nelas também foram avaliadas as performances econômica, social e ambiental, incluindo toda a cadeia de suprimentos. A base de comparação foi a produção de 100 toneladas de cana-de-açúcar nas duas unidades durante a safra  2010/11, até o momento da entrega da cana às usinas para processamento de etanol, açúcar e energia.

Embora o estudo tenha apontado uma paridade na maioria dos aspectos analisados, foram identificadas diferenças entre a gestão das unidades, tendo como ponto crucial o manejo dos fertilizantes. Ambas se utilizam de vinhaça e composto (torta de filtro e cinzas) - subprodutos do processamento da cana - como opções ao uso de fertilizantes minerais. AgBalanceTM apontou que na unidade Cruz Alta há maior utilização de vinhaça e composto, se comparada à unidade Andrade. Neste caso, a recomendação é a intensificação da utilização dos mesmos, já que proporcionam maior benefício ambiental e economia na adubação. Hoje, com a utilização desses subprodutos, já há uma redução de mais de 103.585.957 kwh, o suficiente para abastecer 14.502 casas durante um ano. A ação ainda colabora para que deixem de ser emitidas  mais de 32.262 toneladas de CO2, o equivalente a um caminhão de 14 toneladas, utilizando combustível fóssil, dando 608 voltas na Terra.

Ainda sob o prisma dos impactos ambientais, o estudo constatou que as principais emissões da empresa estão relacionadas ao uso dos fertilizantes, ao consumo de óleo diesel para produção (operação de transporte, colheita, plantio, etc.), e à queima da cana para colheita manual, o que vem sendo otimizado por meio da adoção de melhor tecnologia, como agricultura de precisão, além da melhoria dos aspectos operacionais (modernização e manutenção de maquinário) e logísticos.

Do ponto de vista social, com a aplicação do AgBalanceTM foi possível mensurar que o risco de acidentes seria reduzido em 76% com a substituição da colheita manual pela mecânica, prática adotada pela Guarani, que vem investindo em ações de gestão, focadas na cultura de segurança, procedimentos, treinamentos e proteção individual e coletiva, além da substituição da colheita manual pela mecânica. No entanto,  com a metodologia foi possível quantificar o risco de acidentes, e com isso evidenciar a importância estratégica desses investimentos.

“Nossa expectativa é que a metodologia AgBalanceTM continue apresentando dados concretos que nos permitam enxergar com clareza as oportunidades de melhoria no processo de gestão de sustentabilidade em curso na empresa“, finaliza Jacyr da Silva Costa Filho, diretor-presidente da Guarani.

Fonte: XComunicação

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