Publicado em: 13/11/2009 às 17:07hs
As embalagens para produtos alimentícios perecíveis, como as frutas e hortaliças, possuem duas funções básicas: 1. facilitar a movimentação e a exposição, 2. proteger o produto, favorecendo sua conservação do produto, mantendo-o integro. Para isto, não deve ter arestas, ser limpa e confeccionada com material de qualidade. Apenas com estas informações, já se pode perceber que a maioria das caixas de madeira pode danificar o produto.
Estudos realizados pela Embrapa Agroindústria de Alimentos comprovaram a perda qualitativa de qualidade em caquis embalados em caixas tipo K, pela abrasão, compressão e corte de 60% dos frutos. Pode se considerar que estes frutos servem mais como “almofada” para os demais 40% e que a remuneração pela caixa se dá, considerando esta perda de qualidade.
Nos sistemas de comercialização em que há intermediação e venda individualizada, na qual os produtores deixam de ser parceiros e se vêem como competidores, estes perdem o contato com o consumidor e não visualizam como é a avaliação e aceitabilidade de seu produto.
Talvez, por isto, é que seja tão difícil para o produtor mudar seus paradigmas e aceitar investir em inovação/modificação tecnológica, como novas embalagens. Outra questão é que os produtores, geralmente, acham caras as embalagens de papelão e de plástico, pois consideram apenas o custo da unidade, em relação à caixa de madeira.
Esquecem-se, entretanto de calcular a remuneração a ser recebida pela redução da proporção de produto perdido e pela possibilidade de reutilização das caixas de plástico, por exemplo. Por meio da embalagem pode-se identificar o produto e o produtor/embalador. Bons produtores podem e devem ser identificados, pois sua qualidade passa a ser referência aos olhos do consumidor.
Os produtores de caqui e de morango, associados ao SEBRAE-RJ estão investindo em embalagens de papelão que, além das características anteriormente descritas, podem ter mais facilmente exploradas questões de marketing e de rotulagem.
COMO SE DEU ESSA MUDANÇA DE CULTURA PARA ADOÇÃO DA NOVA EMBALAGEM? O QUE MOTIVOU? DESDE QUANDO ISTO ESTÁ OCORRENDO? QUANTOS PRODUTOES ESTÃO ENVOLVIDOS? ELES SÃO DE ONDE? QUAL A EXPECTATIVA DELES E DOS PARCEIROS?
Enfim, o uso de uma boa embalagem reduz as perdas, favorecendo as duas pontas da cadeia, remunerando melhor o produtor que investe para produzir bem e o consumidor que tem a sua escolha produtos com mais qualidadade.
Marcos José de Oliveira Fonseca (mfonseca@ctaa.embrapa.br), Doutor em Produção Vegetal, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos
Fonte: Embrapa Agroindústria de Alimentos
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