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Corante de açaí pode substituir substâncias artificiais no alimento

Projeto estuda concentração de pigmentos oxidantes na água residuária da obtenção da polpa do açaí


Publicado em: 15/07/2010 às 10:41hs

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A concentração de pigmentos oxidantes na água residuária da obtenção da polpa do açaí suscita destinações diferentes do usual despejo nos corpos hídricos da Região Norte. Em parceria com a área de engenharia de alimentos da Universidade Federal do Pará, a Embrapa Amazônia Oriental  está desenvolvendo um corante natural para substituir, em parte ou totalmente, as substâncias artificiais na composição de produtos alimentícios. Marcos Vasconcelos, pesquisador da unidade, acredita que esses avanços atenderão diretamente às necessidades atuais dos empreendimentos agrícolas, no sentido de agregar valor à comercialização do fruto e reduzir a quantidade de efluentes líquidos no processo agroindustrial da cultura.

Esses resultados devem aparecer em torno de um ano ou dois. Nossa maior limitação aqui é o material humano, por isso é tão importante a participação de profissionais como a professora Alessandra Lopes (UFP). O trabalho conjunto com universidades viabiliza os estudos, porque podemos contar o auxílio de estagiários e alunos de pós-graduação — diz.

Mesmo sem uma mensuração específica acerca das implicações ambientais do descarte nos córregos e igarapés locais, com a demanda de expansão do cultivo do açaizeiro, os efeitos do aumento do volume dessa água podem ser uma ameaça à natureza.  Quanto às sobras de sementes, não sendo utilizadas para replantio, há a alternativa de compostagem junto com outros materiais. Estudos voltados para o aproveitamento do resíduo sólido, como fonte de energia, vem sendo conduzidos por outras instituições.

Marcos explica que o açaí tem cerca de 10% de polpa e 90% de sementes. No entanto, essa extração necessita do acréscimo de água, de modo que se obtém açaí com diferentes teores de sólidos. Segundo o pesquisador, experimentos em laboratório e observações numa pequena unidade de processamento, comprovam a permanência da antocianina na água restante.
 

Fonte: Portal Dia de Campo

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