Nutrição Animal

Uso de enzimas em ração animal promove melhor desempenho e sustentabilidade

Biossoluções aumentam digestibilidade de nutrientes e mitigam impactos de condições climáticas adversas


Publicado em: 23/04/2024 às 08:00hs

Uso de enzimas em ração animal promove melhor desempenho e sustentabilidade
Foto: Mark Stebnicki - Pexels

As condições climáticas desfavoráveis da safra 2023-2024 trouxeram desafios para a produção de grãos no Brasil, com impactos que afetam a saúde e nutrição de animais monogástricos, como aves e suínos. O uso de enzimas, como protease e amilase, torna-se uma estratégia fundamental para melhorar a eficiência da digestão, contribuindo para a assimilação de até 35% dos nutrientes que de outra forma não seriam absorvidos pela dieta convencional. Essa solução permite otimizar o rendimento da ração e, consequentemente, aprimorar a performance dos animais.

Os últimos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2023-2024 revelam uma queda na produção de grãos devido a condições climáticas adversas, com chuvas mal distribuídas e temperaturas elevadas prejudicando o potencial produtivo. A produção total de grãos está estimada em 299,8 milhões de toneladas, uma queda de 6,3% em relação à safra anterior. O milho e a soja, essenciais na alimentação animal, sofreram reduções significativas, o que torna mais desafiador manter a qualidade nutricional das rações.

Fernanda Frantz, gerente da divisão de Nutrição e Saúde Animal da Novonesis América Latina, destaca que a variabilidade na qualidade dos grãos pode ser minimizada com a aplicação de enzimas específicas no processo de nutrição animal. "Uma das formas de mitigar o impacto dessas variações é a utilização de enzimas, aumentando a disponibilidade e absorção dos nutrientes", afirma ela. Os animais monogástricos possuem enzimas endógenas, mas essas podem ser insuficientes para uma digestão completa, especialmente diante de fatores antinutricionais presentes nos grãos ou pela falta de enzimas naturais.

Estudos comprovam que a adição de enzimas pode resultar em melhor digestibilidade da ração, levando a ganhos de peso e eficiência na conversão alimentar. Combinadas, as enzimas exógenas têm efeito sinérgico, aumentando o rendimento. "Ao utilizar fitases e proteases juntas, por exemplo, elas trabalham em harmonia para solubilizar complexos de proteínas e fitatos, otimizando a digestão de substratos como soja e milho", explica Frantz.

A aplicação de enzimas específicas tem mostrado resultados promissores. A adição de protease na ração de aves, como a ProAct 360TM da Aliança Novonesis e dsm-firmenich, aumenta a digestibilidade de aminoácidos em 3 a 6% e adiciona pelo menos 25 kcal/kg à energia da dieta. Do mesmo modo, a utilização de amilases, como a Ronozyme®HiStarch, melhora a absorção de energia do milho em dietas para suínos e frangos. Vitor Fascina, Gerente de Enzimas na dsm-firmenich, explica que "nas fases de crescimento e final, frangos de corte têm níveis insuficientes de amilase endógena em relação ao alto consumo de ração e ao maior percentual de amido".

Os benefícios do uso adequado de enzimas vão além da eficiência digestiva, impactando positivamente a saúde intestinal e até mesmo o meio ambiente. A redução de nutrientes não digeridos resulta em uma microbiota intestinal mais saudável e um sistema imunológico mais forte. No caso das aves, essa mudança diminui a umidade das excretas, reduzindo problemas como lesões nas patas, que afetam diretamente o bem-estar animal. Além disso, a aplicação de enzimas pode contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa e fósforo, ajudando a tornar as operações agrícolas mais sustentáveis.

Fonte: Portal do Agronegócio

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