Produtores de feijão-preto estão passando por um momento crítico, com as cotações em queda constante. A situação leva a uma corrida para colher e vender o produto antes que a qualidade piore ainda mais. No entanto, o retorno das chuvas nesta semana no Sul do Paraná complicou ainda mais a colheita, tornando os trabalhos de campo mais desafiadores e comprometendo a qualidade do feijão.

Nos armazéns, o cenário também é preocupante, com um aumento significativo de feijão-preto com defeitos variados. Muitos desses grãos acabarão sendo destinados à ração animal, já que a qualidade não atende aos padrões para consumo humano. Além do risco de perda de qualidade devido ao clima, a baixa capacidade de armazenamento adequada intensifica o problema.

Como resultado, os preços do feijão-preto estão em forte retração, variando entre R$ 150 e R$ 220 para os produtores no Paraná. A diferença de qualidade é evidente, com exportadores procurando feijão de alta qualidade para cumprir compromissos de embarque. Enquanto isso, os feijões com defeitos estão cada vez mais voltados para o mercado de ração.

Por outro lado, o mercado de feijão-carioca se mantém mais estável, com preços entre R$ 170 e R$ 250 no Paraná e entre R$ 210 e R$ 280 em Minas Gerais. No entanto, os produtores precisam ser cuidadosos ao avaliar as opções de mercado, especialmente para o feijão-preto, que enfrenta um futuro incerto. Para o feijão-carioca de boa qualidade, os preços ainda são compensadores. Já para o feijão-preto, a recomendação é considerar a venda o quanto antes, pois as perspectivas para o médio prazo não parecem promissoras.