Publicado em: 31/10/2024 às 10:30hs
Após três anos consecutivos de retração, o faturamento do setor de máquinas e equipamentos deve crescer 3,5% em 2025, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A projeção foi anunciada nesta quarta-feira por executivos da entidade e considera a baixa base de comparação dos anos anteriores, além do apoio de segmentos menos influenciados pela alta taxa de juros doméstica, explicou Cristina Zanella, diretora-executiva de Economia e Estatística da Abimaq.
“Essa recuperação representa uma pequena recuperação acumulada das quedas anteriores,” afirmou Zanella, observando que setores com menor dependência de crédito, alguns dos quais recebem subsídios, devem assegurar a taxa de crescimento projetada.
No início de 2024, a Abimaq esperava um crescimento de 3,5% para o setor, mas, diante de resultados abaixo do esperado e dos impactos das chuvas no Rio Grande do Sul, a estimativa foi revisada para uma queda de 7%. A expectativa de crescimento foi então adiada para o próximo ano.
No mercado doméstico, o setor deve apresentar uma retração de 8,8% em faturamento neste ano, segundo dados da associação. Em contrapartida, para o segmento de máquinas e equipamentos agrícolas, a Abimaq projeta um crescimento de 8% em 2025, após uma queda de 20% a 25% esperada para este ano, informou Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq. Ele destacou que o desempenho do setor agrícola dependerá de uma boa colheita da safra de verão, esperada para o início do ano.
Estevão destacou, no entanto, que 2025 ainda será um ano “bastante restritivo” devido ao declínio nos preços das commodities, que mantêm a oferta mundial em alta, sem perspectiva de ajuste significativo no próximo ano.
A receita da indústria de máquinas e equipamentos registrou uma queda de 8,8% em setembro em comparação ao mesmo mês de 2023, totalizando R$ 23,6 bilhões, e caiu 12,7% em relação a agosto. As vendas internas tiveram retração de 17,7% em relação ao ano anterior, com receita líquida de R$ 16,4 bilhões, uma baixa de 24,7% em relação ao mês anterior.
No cenário externo, as exportações do setor subiram 12,3% em setembro na comparação anual, atingindo US$ 1,3 bilhão, enquanto as importações aumentaram 20,4%, segundo a Abimaq. O consumo aparente de máquinas – que inclui tanto os equipamentos produzidos localmente quanto os importados – manteve-se praticamente estável, com uma leve variação positiva de 0,5% em relação ao ano anterior.
A utilização da capacidade instalada do setor permaneceu em 76,2% em setembro, valor que se mantém nos últimos três meses. Já a carteira de pedidos teve uma redução de 5,9% em relação a setembro de 2023, situando-se em 9,3 semanas de atendimento em 2024, um reflexo da desaceleração nas encomendas, especialmente nos setores agrícola e de transformação industrial.
Para o último trimestre, a Abimaq projeta um desempenho sazonalmente mais fraco em comparação com o trimestre anterior, mas ainda superior ao do último trimestre de 2023, quando o faturamento foi ainda mais baixo. A receita líquida do setor acumulou uma queda de 12% nos primeiros nove meses do ano, e essa possível “melhora” no trimestre final pode reduzir o declínio anual para cerca de 7%, conforme estimativas da associação.
Fonte: Portal do Agronegócio
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