Maquinas e Implementos

Seminário avalia momento atual e as perspectivas do setor de máquinas e implementos agrícolas

Com um mercado aquecido pelo constante crescimento do agronegócio, setor focou a discussão em "inovação" e "consolidação" no segmento


Publicado em: 25/10/2012 às 14:20hs

Seminário avalia momento atual e as perspectivas do setor de máquinas e implementos agrícolas

O sistema de integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF), implantado em diversas partes do País, além de ser o principal avanço do agronegócio brasileiro em direção à sustentabilidade, também representa um grande estímulo à fusão das práticas agrícolas e pecuárias, impulsionando os negócios da indústria de máquinas agrícolas. Estimativas preliminares dão conta que cerca de 19 milhões de hectares de áreas degradadas necessitam ser rapidamente incorporadas ao mapa produtivo nacional, o que pode ser feito por meio da iLPF.

Tal avaliação foi feita em palestra proferida pelo presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann no Seminário de Planejamento Estratégico 2013, promovido na semana passada, pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), da ABIMAQ, em Ribeirão Preto (SP). “Nesse caso, teremos boas oportunidades para aumento do mercado de máquinas e implementos agrícolas. Além disso, vamos ter de concentrar esforços no desenvolvimento de novos tipos de equipamentos. No caso da integração LPF teremos, por exemplo, de desenvolver plantadeiras capazes de plantar ao mesmo tempo milho e braquiária”, diz Herrmann.

Reunindo cerca de 140 empresários e lideranças do segmento de máquinas e implementos agrícolas, o evento contou com a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, além de especialistas nas diversas áreas de administração, pesquisa e desenvolvimento do agronegócio. “O principal desafio do agronegócio daqui para frente é fazer a tecnologia chegar aos 3,9 milhões de produtores pobres”, destacou Eliseu Alves, um dos idealizadores da Embrapa e atual assessor especial da presidência da empresa. Para Alves, que fez uma detalhada análise do Censo Demográfico e Agropecuário do IBGE, o principal motor atual do agronegócio brasileiro é a tecnologia. Segundo ele, a terra atualmente já não justifica o crescimento da agricultura.

O evento teve também a análise conjuntural do mercado de commodities agrícolas feita pelo consultor em agronegócio Cargos Cogo. Após informar que suas projeções até 2022 apontam para um aumento de 19% na área plantada e de 53,6% na produção de grãos, o consultor disse que deve faltar trator e outros equipamentos para dar conta da demanda do agronegócio nacional. “Nós, brasileiros estamos condenados a ser o celeiro do mundo. Assim haverá a necessidade de todo tipo de insumo, material, máquinas e equipamentos”, disse Cogo.

A seu ver, não é apenas a necessidade de novas máquinas que deve puxar a demanda do setor de implementos. “Temos também de renovar a frota”, avisa. Segundo levantamento de sua consultoria, a frota brasileira de tratores com idade acima de 16 anos é de 48,9%, sendo que os equipamentos com mais de 20 anos de uso representa 39% do número total se tratores de rodas existentes no País. 

A parte final do evento foi toda dedicada à discussão da tendência de consolidação que começa a envolver as empresas do segmento. Segundo o consultor Francisco Brandão, da PriceWaterhouseCoopers, o movimento de fusões e aquisições passou por um processo de amadurecimento no Brasil, já envolveu diversos outros segmentos e começa a despertar a atenção das empresas de máquinas e implementos agrícolas.

O expressivo crescimento do agronegócio aumentou o interesse pelo segmento e, em consequência, também pelos fabricantes de máquinas e implementos. “As empresas que ocupam o topo do setor são as mais visadas para operações de fusões e aquisições”, afirmou Brandão. A seu ver, independente das pretensões do empresário, ele tem de habilitar sua empresa e cuidar da boa gestão de seu negócio. “Ele tem de ter a contabilidade como instrumento de gestão, precisa tomar decisão com base em indicadores de desempenho (fluxo de caixa livre, Ebitda, contingências, etc), controles internos e gestão de custos, planejamento orçamentário, além de transparência e consistência nas regras estabelecidas”, afirmou o consultor.

Para completar o arsenal de informação transmitido aos participantes, o gerente do Departamento de Investimento em Pequenas Empresas e Médias Empresas Inovadoras do BNDES, Guilherme de Lemos Medina Coeli, fez uma explanação sobre como o banco pode auxiliar no processo de consolidação e fortalecimento do setor de máquinas e implementos agrícolas. De forma resumida, Medina disse que as empresas que melhor chance tem de receber apoio do BNDES, via participação do BNDESPAR, são aquelas com diferenciais de mercado ou tecnológico, que possuam plano de negócios inovador, com faturamento anual superior a R$ 100 milhões, boas perspectivas de crescimento e contabilidade auditada.

O Seminário foi coordenado pelo presidente da CSMIA, Celso Casale que destacou que seu objetivo foi o de levar conhecimento para os industriais do segmento. “A ideia do seminário, que promovemos todos os anos, é reunir autoridades e especialistas das mais diversas áreas ligadas ao agronegócios para alertar os empresários sobre riscos e oportunidades de negócios no setor para os próximos anos e também ajudar na busca por capacitação técnica e comercial”, concluiu Casale.

Fonte: Mecânica de Comunicação

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