O mercado de máquinas agrícolas no Brasil registrou uma expressiva queda nas vendas ao longo de 2024, conforme dados da FederUnacoma, com base nas informações fornecidas pelo Ministério dos Transportes. A retração afetou todos os principais tipos de máquinas, com destaque para os tratores, cujas vendas diminuíram 12,3%, totalizando 15.448 unidades, contra 17.613 no ano anterior. Esse foi o pior desempenho desde 1952.

As colheitadeiras também apresentaram uma queda significativa de 31,8%, com apenas 266 unidades comercializadas. O segmento de transportadores não ficou atrás, registrando uma redução de 14,9%, com 525 unidades vendidas. Outras máquinas, como os manipuladores telescópicos e reboques, também enfrentaram perdas, com quedas de 14,4% e 2,8%, respectivamente.

Esse cenário de retração reflete a alta nos custos de produção, as taxas de juros elevadas, que restringem o acesso ao crédito, e a estagnação da renda agrícola. Para o setor, esse é o terceiro ano consecutivo de queda, após o pico observado em 2021.

Desafios também na Europa e América do Norte

A crise no setor de máquinas agrícolas não se restringiu ao Brasil. Na União Europeia, países como França (-10,1%), Alemanha (-3,4%) e Reino Unido (-11,9%) também viram suas vendas encolherem, enquanto os Estados Unidos (-13,2%) e o Canadá (-15,8%) apresentaram resultados igualmente negativos.

Na Itália, a situação foi ainda mais difícil devido ao esgotamento dos incentivos fiscais para tecnologias 4.0, que haviam impulsionado o setor em 2021. Os programas de incentivo, como o PNRR, focados em tratores elétricos e movidos a metano, mostraram impacto limitado no cenário atual. Para a FederUnacoma, a principal recomendação é o fortalecimento de novos planos estruturais, capazes de enfrentar os desafios econômicos que afetam o mercado global de máquinas agrícolas.