Maquinas e Implementos

Demanda esvazia estoques e desafia fabricantes em 2013

Com alta de 6,2% das vendas de máquinas agrícolas, de 69,3 mil unidades em 2012, a indústria fabricante de tratores, colheitadeiras e outros implementos apresenta estoques iniciais abaixo do nível programado para 2013


Publicado em: 09/01/2013 às 11:00hs

Demanda esvazia estoques e desafia fabricantes em 2013

"O gargalo, agora, é a produção", diz o gerente comercial da marca Valtra, Alexandre Vinicius Assis, pertencente à multinacional Agco. Segundo ele, há menos de 200 tratores do rótulo estocados, ante cerca de 700 unidades no mesmo período do ano passado. "Até abril, a fila está tomada", acrescenta o executivo.

A Valtra ocupa quase um quarto do mercado (market share) de tratores, com 11,8 mil unidades vendidas, num total de 55,1 mil, no ano passado. "Foi um ano muito forte para essa indústria, que há dez anos não vendia nem metade disso", analisa Assis.

Empresários do segmento observam que o histórico de vendas vinha estável na última década. Com as quebras de safra nos Estados Unidos, a elevação de preços das commodities agrícolas e a superprodução brasileira de milho e soja, em 2012, o agricultor teve a chance de investir em máquinas.

"Foi um ano atípico. Com a seca nos Estados Unidos e a elevação de preço das commodities, o produtor viu a oportunidade de renovar sua frota. O mercado, na parte de grãos, está aquecido no Brasil inteiro", endossa o gerente de Vendas Especiais da Case New Holland (CNH), fabricante ligada à Fiat, Sérgio Sant"anna.

Em entrevista cedida ao DCI na inauguração da Expedição Safra 2012/2013, em novembro em Goiânia (GO), o executivo pondera que os custos de produção de máquinas cresceram de 20% a 30%, puxados por mão de obra, energia e matéria-prima, especialmente o aço.

Para acompanhar o ritmo de crescimento da demanda por máquinas agrícolas, as fabricantes contam com planos de investimento que foram mantidos para este ano. A CNH tem R$ 2 bilhões empenhados para o período de 2011 a 2014, com uma nova fábrica sendo construída em Minas Gerais e outra passando por reforma em Curitiba (PR).

Já a Agco, de acordo com Assis, deve investir US$ 58 milhões, em 2013, nas sete plantas industriais que detém no Brasil. "O mercado já começou o ano acelerado", justifica o gerente.

Outro fator de otimismo para o segmento é a prorrogação da linha de crédito do PSI-Finame, que teve os juros, originalmente cotados a 5,5%, reduzidos para 2,5% no ano passado. Neste ano, o governo decidiu mantê-los a 3% no primeiro semestre e, depois, elevá-los a 3,5%. "É juro negativo", comemora Assis.

Com o incentivo, a venda de colheitadeiras da Valtra acompanhou o crescimento de 18% desse mercado específico, para o qual entrou há seis anos, durante o ano que passou. A marca registrou a comercialização de 254 unidades, num total, apurado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), de 6,2 mil vendidas.

Assis acredita que ainda haja muito espaço para o crescimento do mercado de máquinas agrícolas, considerando que, no Mato Grosso, um trator trabalha cerca de mil horas por, enquanto nos Estados Unidos a média é de 300 horas por unidade.

"Ainda há uma frota sucateada no mercado, ou seja, uma demanda por mecanização muito grande", afirma o executivo. "O crescimento da safra atual, mais de volume do que de área plantada, também é fruto da mecanização", acrescenta.

Fonte: DCI - Diário do Comércio & Indústria

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