Publicado em: 03/05/2012 às 17:50hs
O anúncio oficial da nova unidade será feito em cerca de um mês, revelou o vice-presidente sênior da AGCO para a América do Sul, André Carioba. “É o segundo maior mercado da América do Sul e um dos maiores produtores de soja do mundo. Além da demanda reprimida pelas medidas do governo argentino, há uma produção limitada na Argentina”, disse o executivo.
A fábrica deve entrar em operação no próximo ano e, com isso, a empresa seguirá os passos das principais concorrentes. A CaseIH anunciou investimentos de US$ 200 milhões em uma unidade de máquinas agrícolas no complexo do Grupo Fiat em Cordoba e a John Deere, de US$ 130 milhões em Rosario.
As decisões das gigantes do setor agrícola foram tomadas após o governo argentino anunciar o fim das licenças automáticas de importação de máquinas agrícolas brasileiras, para equilibrar a balança do setor. A medida afetou o comércio entre os dois países neste setor. “No primeiro trimestre foram apenas 450 tratores e 130 colheitadeiras de grãos exportados pelo Brasil para a Argentina, o que é irrisório”, disse Carioba.
Com a nova fábrica na Argentina, a AGCO - detentora das marcas Massey Ferguson e Valtra - pretende equilibrar a balança de comércio naquele país, com produção interna e importação de alguns equipamentos, principalmente do Brasil. Assim, espera ter facilitada a liberação de licenças para exportar colheitadeiras brasileiras de grãos. Essas máquinas são produzidas na unidade de Santa Rosa (RS), na qual há um investimento em curso de R$ 65 milhões. Hoje, a produção tratores da AGCO no país vizinho é restrita a uma operação pequena na unidade da subsidiária AGCO Allis.
Ontem, na Agrishow, a companhia anunciou uma receita mundial de US$ 2,3 bilhões no primeiro trimestre de 2012, recorde para o período, alta de 26,5% ante igual período de 2011. “Curiosamente, os resultados positivos foram puxados principalmente pelo mercado europeu; o mercado norte-americano contribuiu com uma alta nos tratores e na América do Sul houve um ligeiro aumento no faturamento, principalmente por conta das máquinas de maior potência”, concluiu Carioba.
Fonte: Jornal do Comércio
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