O valor de referência estimado para o leite no mês de maio no Rio Grande do Sul foi divulgado durante uma reunião virtual do Conseleite, fixando-se em R$ 2,4368. A projeção, elaborada pela UPF com base nos dados fornecidos pelas indústrias, considera a movimentação dos primeiros 20 dias do mês.

Allan André Tormen, coordenador do Conseleite, destacou a delicada situação no campo, especialmente devido à incerteza sobre o impacto real das enchentes nos custos de produção do leite. Além das perdas na captação, ainda está sendo avaliado o prejuízo nas estruturas das propriedades e nos estoques de grãos e silagem reservados para a alimentação do gado no inverno. Tormen ressaltou que alguns produtores estão enfrentando dificuldades extremas, chegando ao ponto de alimentar as vacas com doações.

Apesar dos desafios, Tormen assegurou que não é prevista uma escassez de leite para o abastecimento do Rio Grande do Sul. Ele destacou que, além do Vale do Taquari, região importante para a produção, o Estado conta com outras áreas produtivas significativas, como o Planalto Médio, o Norte e o Noroeste.

Darlan Palharini, vice-coordenador do Conseleite, informou que o Vale do Taquari representa apenas 9,3% da produção estadual de leite, e expressou confiança na capacidade do setor de se recuperar, considerando sua capilaridade. Ele afirmou que em breve o setor estará novamente em pleno funcionamento.

Durante a reunião, o colegiado decidiu enviar um ofício ao governo do Estado solicitando a liberação de recursos do Fundoleite para programas das indústrias que auxiliem seus produtores neste momento de dificuldade. Além disso, o Conseleite optou por rever a agenda de interiorização prevista para 2024, devido à situação das estradas gaúchas. O próximo encontro, inicialmente programado para junho em Erechim (RS), será realizado de forma virtual.