Laticínios

SC terá produtora da variedade mais nobre dos queijos

Santa Catarina receberá um complexo internacional de produção de queijos, que transformará a região do extremo oeste do estado uma zona exclusiva de elaboração do grana padana, considerada a variedade mais nobre do mundo


Publicado em: 16/07/2012 às 07:40hs

SC terá produtora da variedade mais nobre dos queijos

No próximo dia 18 de agosto a Gran Mestri inicia as atividades do parque industrial de Guaraciaba (oeste de Santa Catarina, 730 km de Florianópolis), com área construída de 12 mil metros quadrados, gerando 200 empregos diretos e com faturamento previsto em R$ 150 milhões/ ano. Há uma década a empresa introduziu esta espécie de queijo no Brasil, reproduzindo as mesmas características dos elaborados na Itália – e agora inaugura um complexo que será referência na América Latina.

“Estamos focados na qualidade exigida por este queijo nobre e no rigoroso controle diário de todos os lotes e etapas da cadeia produtiva, com o acompanhamento de mestres queijeiros europeus, para garantir a essência de um produto diferenciado e especial”, explica Acari Menestrina, proprietário da empresa, que investe R$ 28 milhões nesta unidade, com capacidade para 1 milhão de quilos de queijos. Além da tecnologia e equipamentos 100% italianos, a nova planta industrial tem localização estratégica - junto à BR 163, entre São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira, na rota da fronteira entre Brasil e Argentina. “Não é simplesmente um queijo, mas um conceito alimentar diferenciado”, observa o empresário.

A opção pelo Gran Mestri se justifica pelo perfil e o histórico de Menestrina, que desde a infância está envolvido com a produção de leite. Natural de Rio dos Cedros, no Vale de Itajaí (SC), filho de pequenos agricultores, aos 17 anos ingressou no Colégio Agrícola e foi trabalhar como técnico no oeste catarinense. À época vislumbrou um grande potencial para a criação de gado leiteiro pelas propriedades rurais de mão de obra familiar. “Em menos de 30 anos a região saltou de mil litros/dia para três milhões de litros de leite/dia”, lembra ele, que introduziu as primeiras reses das raças holandesa e Jersey e outras inovações, como cercas elétricas, cultivo de pastagens de inverno, tanques de coleta granalizada e o primeiro viveiro florestal regional, com mudas de eucalipto, erva-mate e essências nativas.

Em 1990 Menestrina fundou a indústria de laticínios Cedrense, vendida em 2009 e optou pela instalação da Gran Mestri, um moderno empreendimento de produção de queijos especiais. Recentemente, criou a Agro Sopramonte, referenciada em práticas que conheceu em missões à Nova Zelândia, focada em reflorestamento, inovação de pastagens, irrigação e cultivo de oliveiras.

O que é o queijo Gran Mestri

De paladar delicado e aroma frutado, os queijos da variedade grana tem origem milenar na região da Padânia, no norte da Itália. Segundo a lenda, em determinada época religiosos que criavam bovinos de leite tiveram produção superior às necessidades da população, e, para conservar o excedente, elaboraram um queijo de massa dura, que, durante a cura, mantinha inalteradas as propriedades nutritivas do leite e que conferia ao produto um sabor excepcional. A estrutura granulosa justificou o nome de grana e, com o passar dos anos, o sabor doce e agradável ganhou o mundo como uma obra-prima italiana.

O queijo, cuja manufatura prossegue repetindo as técnicas milenares, exige de 12 a 24 meses de maturação, onde são virados e escovados periodicamente, até ser consumido. É recomendado mundialmente para crianças, gestantes, idosos e esportistas que precisam repor imediatamente as energias. Apenas 30 gramas da variedade suprem 60% das necessidades diárias de cálcio.

A produção desta variedade exige meticulosos cuidados, envolvendo seleção e preparação das propriedades, qualificação das famílias e padronização dos procedimentos, como a alimentação controlada do gado e a atenção redobrada com as regras higiênicas sanitárias. “É uma exigência para que o leite tenha altíssima qualidade, pois o queijo tipo Grana é um produto vivo, muito delicado”, relata Menestrina. São necessários 15 litros de leite para produzir 1 kg do queijo e, em média, as peças possuem 40 kg, o que implica na utilização de 600 litros para a produção de cada peça.

Fonte: Palavra Comunicação

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