Publicado em: 19/12/2024 às 10:30hs
Após um ano marcado por altas significativas, o preço do leite ao produtor deve encerrar 2024 em trajetória de queda. Em outubro, o valor médio captado foi de R$ 2,8065 por litro ("Média Brasil"), uma redução de 2,6% em relação a setembro, mas ainda 36,2% superior ao mesmo período de 2023, em termos reais (valores ajustados pelo IPCA de outubro).
Com o avanço da safra e o consequente aumento da oferta no campo, o movimento de desvalorização se intensifica. Estudos do Cepea indicam que a Média Brasil deve registrar queda de aproximadamente 5% em novembro, com previsão de novo recuo entre 4% e 5% para o leite captado em dezembro.
Os preços dos produtos lácteos também apresentaram recuo em novembro, conforme levantamento do Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). A maior queda foi observada no leite UHT, que registrou desvalorização de 8,04%, sendo negociado a uma média de R$ 4,36 por litro no atacado paulista.
A muçarela e o leite em pó tiveram reduções mais moderadas, de 2,65% e 0,67%, respectivamente, com médias de R$ 32,38/kg e R$ 31,28/kg. Esses recuos refletem o aumento da produção de leite cru com o fim do período de estiagem, que elevou os estoques de derivados e exerceu pressão sobre os preços. No entanto, a demanda mais aquecida no final de novembro evitou quedas mais acentuadas.
Em novembro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 0,48% em relação a outubro e 2,76% no comparativo com novembro de 2023. Já as exportações apresentaram um aumento mais expressivo, de 5,78% no mês e 2% no acumulado anual.
Apesar do crescimento das exportações, o déficit da balança comercial de lácteos se expandiu levemente, atingindo 204,6 milhões de litros em equivalente leite e saldo negativo de US$ 88,6 milhões.
Os custos de produção da pecuária leiteira, medidos pelo Custo Operacional Efetivo (COE), subiram 0,68% em novembro na "Média Brasil" (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). O principal fator responsável pelo aumento foi o custo com nutrição animal. No acumulado do ano, o COE registra alta de 2,67%, pressionando ainda mais os produtores.
Essas tendências, detalhadas no Boletim do Leite de dezembro, evidenciam os desafios e mudanças enfrentados pelo setor leiteiro brasileiro em 2024.
Fonte: Portal do Agronegócio
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