Publicado em: 04/06/2013 às 09:50hs
O processo de análise se repete quando o produto chega à cooperativa. Maffei reconhece que os produtos das duas cooperativas são um pouco mais caros, mas salienta que a qualidade é superior às demais marcas disponíveis no mercado.
Metodologia - Zoard Carrara, gerente industrial da cooperativa Batavo, explica que a qualidade do leite se mantém por dois fatores: assepsia e refrigeração. A temperatura deve ser mantida entre 0º Celsius (C) e 10ºC. “A média de temperatura depois que o produto é captado deve ficar, de preferência, a 4°C", sublinha Carrara. Depois de coletado, o especialista explica que são verificadas a contagem de micro-organismos, a acidez e a coloração do produto. Na cooperativa, são analisados os aspectos físico-químico, microbiológico e a análise de fraude.
Acidez - Segundo Carrara, quanto menor a acidez melhor é a qualidade do produto. Na crioscopia, o gerente industrial explica que é verificado o ponto de congelamento da água do leite. Com isso, dá para saber se o produto recebeu ou não água. "Mas a nossa qualidade é garantida com a indústria no campo", revela Carrara.
Cuidados técnicos asseguram bons produtos - Luiz Augusto Peau, coordenador estadual de bovinos de leite do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), assinala que a qualidade do produto vai do capricho do pecuarista. Peau afirma que a primeira preocupação do produtor é com a água. Todos os equipamentos e os locais de ordenha devem ser lavados com uma água limpa.
Desinfecção - A desinfecção dos tetos antes e depois da ordenha é outro procedimento que não pode ser deixado de lado. "Quando o produtor for fazer essas atividades, é sempre recomendável o teste de mastite antes de iniciar a coleta", frisa Peau. Lavar as mãos antes e depois da ordenha e limpar todo o recinto com água e detergente são práticas obrigatórias. Outro cuidado, aponta o especialista, é higienizar constantemente a tubulação.
Transporte - No transporte, ao retirar uma amostra, é obrigatório agitar o leite antes da coleta. Com relação às mangueiras, o transportador é obrigado a ter uma capa de proteção e lavá-la antes e depois de usá-la, o que inclui também o caminhão. "Não fumar, unhas curtas e instalações sanitárias adequadas são critérios obrigatórios para quem quer trabalhar com a produção de leite", conclui Peau.
Produto com certificação - O veterinário e administrador Mario Sérgio Ferreira Zoni, responsável por um rebanho de 465 animais em lactação na fazenda FrankAna, localizada na região de Carambeí (Campos Gerais), não conseguiria obter uma produção de 19 mil litros/dia de leite sem o apoio técnico da cooperativa Batavo. Segundo o administrador, a FrankAna é uma das únicas fazendas que possui o certificado de rastreabilidade no País, ou seja, tem todas as etapas de produção certificadas. No Brasil, segundo Zoni, apenas seis propriedades detêm o registro.
Manejo - "Nós fazemos o dever de casa com um bom manejo ambiental e também da produção", observa o veterinário. Na propriedade, as análises bacterianas, por exemplo, são realizadas diariamente. Zoni afirma que todos os processos são checados com a ficha de acompanhamento de cada etapa da produção. "Não é uma tarefa fácil, mas, com isso, você garante a qualidade do leite mesmo em uma pequena propriedade", frisa o veterinário.
Processo sanitário - Nas quatro ordenhas diárias da fazenda, todo o processo sanitário é verificado. "Os materiais de limpeza e as luvas são checadas depois de cada turno, para verificar o que foi ou não utilizado em cada ordenha", salienta Zoni. Com a sistematização do processo, o veterinário conta que ganhou tranquilidade. "Além disso, mensuro o consumo, não tenho perdas financeiras e garanto a segurança alimentar de quem vai consumir", enfatiza. A fazenda, em parceria com a cooperativa Batavo, realiza constantes capacitações entre os seus 27 funcionários, englobando temas relacionados a todo sistema produtivo. "Em uma fazenda, é necessária a gestão", finaliza Zoni.
Apoio - O gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, afirma que o suporte das cooperativas aos produtores é de suma importância para garantir a boa qualidade do leite. "Cuidados na alimentação, transporte e também na sanidade são prioridades", salienta Turra. Ao todo, o Estado possui seis cooperativas que atuam na industrialização do leite.
Fonte: Folha de Londrina
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