Publicado em: 24/10/2024 às 10:45hs
A partir de janeiro de 2025, a indústria que importar lácteos de países como a Argentina deverá enfrentar restrições com a redução no crédito presumido por operação, um importante incentivo fiscal. A medida atende a um pedido antigo dos produtores de leite do Rio Grande do Sul, que buscam alternativas para minimizar as perdas acumuladas nos últimos anos devido às adversidades no setor.
De acordo com Marcos Tang, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), o cenário para os produtores tem sido desafiador. “Além de três anos consecutivos de estiagem, enfrentamos também a enchente de maio, que comprometeu a produção de silagem, nos forçando a adquirir de fora, o que elevou ainda mais os custos”, explicou. Tang acrescentou que muitos produtores enfrentaram dificuldades para plantar as pastagens de inverno, com atrasos de até 90 dias, ou em alguns casos, não conseguiram realizá-las.
Tang também destacou a necessidade de intervenção governamental para combater a concorrência desleal dos lácteos importados. “Nossa luta é antiga e envolve tanto o governo federal quanto o estadual. Precisamos de medidas eficazes para resolver esse problema”, afirmou.
Embora o setor esteja sob pressão, o dirigente mencionou uma leve melhora nos preços do litro de leite recentemente, o que trouxe um pouco de alívio. “Ainda não é motivo para comemoração, mas dá um certo ânimo. Na última reunião do Conselho do Leite, houve um pequeno aumento no preço pago ao produtor”, disse Tang.
Ele espera que essa estabilidade se mantenha até o final do ano, mas alerta que, historicamente, os preços pagos aos produtores tendem a cair entre novembro e janeiro, o que poderia agravar a situação. “Se conseguirmos manter os preços, isso ajudará a amenizar os custos, especialmente para os pequenos produtores, muitos dos quais são agricultores familiares”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
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