Frigoríficos e Abatedouros

Marfrig vê impacto moderado de custos maiores com insumos

A Marfrig já começou a elevar os preços de seus produtos para compensar o aumento dos custos com grãos, mas considera que o impacto do salto das cotações dos insumos deve ser moderado por seu portfólio que inclui carnes bovina, suína e de frango, avaliou o presidente da companhia


Publicado em: 15/08/2012 às 16:10hs

Marfrig vê impacto moderado de custos maiores com insumos

A Brasil Foods informou nesta terça-feira que reajustará imediatamente o preço de produtos para compensar o aumento de custos, especialmente a alta nos grãos que servem de ração para os animais.

"Mas no caso da Marfrig, temos dois temas importantes: ainda estamos em processo de capturar sinergias, com as despesas e gastos comerciais diminuindo. E a segunda questão é portfólio (de produtos), que tem bovinos, carne de frango e suínos", acrescentou Florence, ao justificar sua expectativa de impacto mais moderado do custo no desempenho da empresa.

A Marfrig tem fatia de sua receita proporcionalmente maior vinda da carne bovina, na comparação com a concorrente --a operação de bovinos é menos impactada pela alta dos grãos. Enquanto a BRF é a maior produtora do país de carne de aves e suína, produtos cujos custos estão mais relacionados aos preços do farelo de soja e do milho, em níveis recordes atualmente.

Além disso, o executivo ressaltou que a empresa trabalha com um cenário favorável no mercado externo, uma vez que os estoques de países do Oriente Médio e Japão, tradicionais compradores, começam a dar sinais de arrefecimento.

A Marfrig teve lucro líquido de 15,5 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo um prejuízo de 91 milhões de reais um ano antes.

Troca de ativos

Em junho, a Marfrig deu início à operação das primeiras plantas de produtos com maior valor agregado, fruto da troca da Quickfood na Argentina por ativos no Brasil com a BRF.

"O efeito positivo desta troca de ativos, com a BRF, é a entrada dos produtos processados, que tende a ter margem superior e mercado interno, que também tende a ter uma margem melhor", disse David Palfenier, presidente-executivo da Seara Alimentos, divisão de aves, suínos e processados do grupo.

Segundo ele, normalmente cerca de 63 por cento do faturamento eram de exportação e o restante era mercado interno. "Com a chegada e integração dos ativos da BRFoods, a gente espera chegar a 50-50 por cento", disse.

Ele acrescentou que a tendência é do mercado interno crescer mais rapidamente. "No futuro, a gente esperaria uma preponderância do mercado interno como esta operação", disse.

A operação de troca de ativos entre Brasil Foods e Marfrig teve início em junho, como parte do acordo firmado com o órgão antitruste para a aprovação da incorporação da Sadia pela Perdigão.

No início de julho, a Marfrig recebeu as primeiras cinco plantas e o controle da Excelsior Alimentos, repassados pela Brasil Foods.

Fonte: Reuters

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