Frigoríficos e Abatedouros

JBS: Depois do Boi, a vez do Frango

Maior fornecedor de carne bovina do mundo, o frigorífico JBS conquistou um novo título: é quem também mais abate aves no planeta


Publicado em: 17/10/2012 às 16:00hs

JBS: Depois do Boi, a vez do Frango

Quem visita a sede do frigorífico JBS, na marginal Tietê, em São Paulo, verá por quase todos os lados esculturas de vacas em fibra de vidro. São mais de 20 delas, espalhadas desde a guarita de entrada até a antessala do presidente da companhia, o goiano Wesley Batista, de 42 anos. Nada mais natural. Afinal, o JBS surgiu como uma pequena casa de carnes em Anápolis, interior de Goiás, em 1953. Ao longo dos anos 2000, ele ganhou musculatura e se transformou na maior fornecedora de carne bovina do mundo, que deve faturar mais de R$ 70 bilhões em 2012. De cada dez bois abatidos no planeta, um deles é morto em um frigorífico da empresa. Mas existe outra área na qual a família Batista também alcançou o topo do mundo: a de frangos.

Com apenas três anos atuando nessa área, desde que comprou a americana Pilgrim’s, por US$ 2,8 bilhões, o JBS se transformou no mês de agosto no maior fornecedor mundial de frangos. A marca foi alcançada quando as granjas da Doux Frangosul, no Rio Grande do Sul, arrendadas em maio deste ano, atingiram sua capacidade máxima de produção. Com isso, o JBS passou a abater 8,5 milhões de aves por dia, mais do que a americana Tyson Foods, que tem uma média de 8,4 milhões, segundo o balanço da companhia. “Esse já é um negócio de mais de R$ 18 bilhões para o JBS”, afirma Wesley Batista. Em 36 meses, o setor de aves passou a representar 25% do faturamento da companhia. Em cinco anos, a estimativa é que possa chegar até a 40%.

“Existe muita oportunidade no negócio de aves”, diz Batista. “Temos recebido muitas ofertas, mas o nosso foco, agora, é colocar a Frangosul para rodar.” Não será tarefa das mais simples. A operação brasileira da Doux Frangosul, do empresário francês Charles Doux, estava à beira da falência quando as unidades industriais de Passo Fundo e Montenegro, no Rio Grande do Sul, e Caarapó, em Mato Grosso do Sul, foram arrendadas por até dez anos. Doux tentou por duas vezes vender a empresa para a família Batista, incluindo os ativos da França. Mas a conversa não evoluiu. Em janeiro deste ano, o empresário voltou à carga, desta vez, oferecendo apenas a filial local. Era uma tentativa derradeira de evitar que ela fosse à bancarrota.

E deu certo. “A entrada no JBS na Doux Frangosul tem um impacto positivo”, afirma Ricardo Santin, diretor da União Brasileira de Avicultura. “Ela solidifica o setor ao não deixar o terceiro maior produtor brasileiro parado e dá estabilidade à cadeia.” O JBS contratou a KPMG, que finaliza, no momento, uma auditoria na Doux Frangosul, para saber se deve exercer a opção de compra. Até agora, já descobriu passivos de mais de R$ 1 bilhão. “Vamos ter de fazer uma reestruturação dessa dívida”, diz Batista. “Precisamos nos entender com os credores.”

Ele está preocupado com a alavancagem do JBS, que é de 4,27 vezes a sua geração de caixa, considerada elevada para o setor. Mas a área de aves é tida como promissora, na visão de Batista. Apesar de a operação de frangos nos Estados Unidos ter tido prejuízo de US$ 496 milhões, no ano passado, ela recuperou-se nos seis primeiros meses de 2012, quando lucrou US$ 109 milhões. Com a Doux Frangosul, o grupo acrescentará mais R$ 1,5 bilhão anuais à sua receita. Percentualmente, esse dinheiro representa apenas 2% do faturamento do JBS. A soma, no entanto, é superior ao que fatura a imensa maioria das empresas brasileiras.

Em abril de 2011, o empresário goiano Joesley Batista, 40 anos, presidente da holding J&F, que controla o frigorífico JBS, a segunda maior empresa privada do País, viu a baiana Ticiana Villas Boas, de 31 anos, âncora do Jornal da Band, mediar um debate com empresários. Aproximou-se dela, conseguiu seu e-mail e, quatro meses depois, conquistou o primeiro beijo. De lá para cá, o romance engrenou. Na quinta-feira 25 de outubro, ele sobe ao altar na Igreja Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins, região nobre de São Paulo, para se casar com a jornalista.

O casamento do empresário bem-sucedido está sendo considerado um dos principais eventos da sociedade paulistana em 2012. Mas, como tudo o que cerca esse tipo de acontecimento, que envolve ricos e famosos, há muitos exageros e fantasias sobre a festa. O que se sabe, no entanto, mostra que o evento será mesmo inesquecível. Ticiana, por exemplo, casará com um vestido de noiva Chanel desenhado pelo estilista Karl Lagerfeld. Neste fim de semana, ela voaria no jatinho particular de Batista para Paris, onde faria a prova final do vestido. O bufê Fasano foi contratado para atender os mais de 600 convidados do casal, que serão recebidos em uma estrutura especial, construída para o casamento, na zona oeste de São Paulo.

Serão servidos pratos da culinária regional brasileira, em especial da Bahia e de Goiás, os Estados de origem dos noivos. Especula-se que o cardápio inclui espetinhos de vatapá e de carne – afinal, o JBS é o maior fornecedor de carne bovina do mundo. Estima-se que o custo por pessoa, só com a alimentação, seja de R$ 300, sem incluir bebidas, segundo fontes que atuam no mercado de casamentos, ouvidas por DINHEIRO. O ponto alto da festa deve ser os shows da cantora baiana Ivete Sangalo e dos cantores sertanejos goianos Bruno e Marrone. Ivete é um dos cachês mais caros do Brasil. Ela costuma cobrar R$ 600 mil por cada apresentação. A dupla sertaneja é mais em conta: R$ 200 mil.

Fonte: Isto é Dinheiro

◄ Leia outras notícias