"O impacto não é tão grande, porque nós conseguimos a reabertura do mercado da Rússia no ano passado para algumas plantas nossas. Então, a venda Ucrânia, a gente estava fazendo via Rússia", Wilson Melo, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF, durante evento realizado hoje.
Contudo, o executivo pontua que a perda do mercado ucraniano pode prejudicar as vendas no mercado interno. "Perder Ucrânia vai criar um problema sério de sobra de suíno no Brasil. O mercado interno vai ter um problema: os produtores e a indústria que atuam no mercado doméstico vão sofrer", diz Melo.
De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), a Ucrânia foi principal mercado para a carne suína brasileira em 2012, com 138.666 toneladas, crescimento de 124,71% em relação a 2011. O segundo cliente foi a Rússia, com 127.071 toneladas, aumento de 0,5%.
Ontem, a Ucrânia suspendeu o recebimento de carne suína brasileira, alegando que haveria contaminação pela bactéria Listeria. "A existência dessa bactéria na carne de porco é comum e não há restrição em vários países, porque pode ser destruída com o cozimento. No entanto, a Ucrânia não aceita e devemos respeitar as determinações de cada país", afirmou Ari Crespim dos Anjos, coordenador-geral de Programas Especiais do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (CGPE/Dipoa), em nota à imprensa.