Frigoríficos e Abatedouros

CARNES: Demanda aquecida para as cooperativas que atuam no setor

A estratégia de centenas de produtores de carnes nobres em se organizar por meio de cooperativas por todo o Paraná está fazendo a diferença na hora de comercializar a produção, aumentando a rentabilidade dos pecuaristas e a qualidade do produto que chega à mesa do consumidor


Publicado em: 09/04/2012 às 08:35hs

CARNES: Demanda aquecida para as cooperativas que atuam no setor

Dados do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) apontam que no Estado existem sete cooperativas de carne de novilho precoce, sendo que seis estão em plena atividade, crescendo a cada ano. São 360 produtores qualificados, que comercializaram por volta de 90 mil cabeças de gado de alta qualidade em 2011.

Novilhos  - A grande maioria das cooperativas trabalha com novilhos precoces - abatidos até 24 meses - mas existem alguns casos, como a Cooperaliança, localizada em Guarapuava, que atua também com os chamados animais hiperprecoces, comercializados com idades inferiores a 14 meses. O zootecnista Luiz Fernando Brondani, coordenador estadual do projeto Carnes do Emater e também da pecuária de corte do Estado, comenta que em todos os casos as cooperativas iniciaram com alianças mercadológicas para atuar nos seus respectivos municípios: Umuarama, Cascavel, Toledo, Pato Branco, Guarapuava, Londrina e Paranavaí. "Porém, para vender em todo o Estado é necessário uma formalização, e é daí que entra o cooperativismo", relata ele.

 Cortes nobres  - A formalização das cooperativas, portanto, está diretamente associada a demanda por cortes nobres, que vem crescendo substancialmente, principalmente nas maiores cidades do Paraná. "O pessoal não está conseguindo atender a demanda do Estado. Este ano, a expectativa é de comercializar por volta de 130 mil cabeças. Por isso, existe todo um trabalho específico para aumentar a produção e agregar ainda mais valor através dos cortes especiais", explica Brandoni.

 Atrativos  - Os maiores atrativos para o produtor se tornar um cooperado, segundo o coordenador da Emater, são a certeza de que irá receber por sua produção, a comercialização dos animais machos e fêmeas com valor similiar e ainda a divisão do lucro da cooperativa no final do ano, inclusive com os subprodutos da carcaça, como o couro e as vísceras dos animais. "Em média, eles recebem entre 8% e 12% a mais no valor da arroba, já que cada cooperativa vai comercializar a carne a preços bem interessantes. Quem se associa, geralmente já conhece todo o sistema de venda".

 Déficit  - O trabalho só não cresce em ritmo mais acelerado, ressalta Brondani, porque o Paraná está com um déficit de matrizes de qualidade. Ele explica que o Estado está trazendo de outras regiões pelo menos 500 mil bezerros. Mesmo assim, ele salienta que a qualidade destes animais das cooperativas é inimaginável para alguns conhecedores do setor. "Para você ter uma ideia, hoje a média de abate no Paraná é de 37 meses e estamos discutindo um programa para abaixar este número para 30 meses. Abater com 14 meses é algo extraordinário", completa.

Fonte: Folha de Londrina

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