Publicado em: 28/08/2024 às 07:00hs
No Rio Grande do Sul, propriedades rurais estão adotando tecnologias inovadoras para uma produção agrícola mais sustentável e eficiente. As biofábricas OnFarm têm se destacado na redução do uso de agroquímicos e no aumento da produtividade. Essas instalações permitem a produção de produtos biológicos, que substituem herbicidas, fungicidas e inseticidas tradicionais, promovendo práticas mais ecológicas e economicamente vantajosas.
A Estância do Espinilho, localizada em Cruz Alta (RS), é um exemplo pioneiro na implementação desse sistema. A biofábrica da propriedade é equipada com tanques inoxidáveis hermeticamente fechados e um sistema de controle automatizado, que garante a qualidade e a eficiência dos produtos biológicos. Mateus Beck, gerente da propriedade, destaca a parceria com a empresa Prime Agro, que fornece insumos e expertise na multiplicação de microrganismos.
A demanda por bioinsumos é gerada pela equipe agronômica da fazenda, que define os manejos das culturas e coordena a produção na biofábrica. Os produtos resultantes, que incluem bioinseticidas, biofungicidas, nematicidas, bioestimulantes e solubilizadores de nutrientes, são aplicados diretamente no campo. Beck ressalta que, embora o foco inicial seja aprimorar o sistema de cultivo e a qualidade do solo, a experiência da última safra comprovou um aumento na produtividade e rentabilidade, principalmente em condições adversas como estiagem e presença de pragas.
Os bioinsumos não só auxiliam as plantas a extrair nutrientes do solo, como também produzem metabólitos importantes durante o processo de fermentação. Esses compostos contribuem para a autodefesa das plantas e a repulsão de pragas, melhorando a saúde e a produção das culturas.
Em resposta aos desafios impostos pelas enchentes deste ano, que causaram erosão e perda de nutrientes, a Estância do Espinilho está utilizando bioinsumos como parte de sua estratégia de recuperação. Além disso, estão sendo implantadas plantas de cobertura para restaurar a matéria orgânica e melhorar a estrutura do solo.
Apesar do crescimento da adoção de bioinsumos no Rio Grande do Sul, a integração desses produtos ainda é lenta em comparação com estados como Mato Grosso e São Paulo. Atualmente, a soja representa 40% do uso de biológicos no estado, seguida por milho (10%), arroz (15%), trigo (15%) e hortifrúti, citrus e outras culturas (20%).
Embora a Estância do Espinilho não participe da Expointer deste ano devido às condições climáticas, a propriedade acompanhará as competições e promoverá seu leilão, que ocorrerá em 6 de setembro. Beck enfatiza que, apesar dos desafios, a feira continua sendo uma importante oportunidade para troca de conhecimentos e networking entre produtores.
Fonte: Portal do Agronegócio
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