Publicado em: 26/07/2024 às 09:30hs
No primeiro semestre de 2024, o déficit da balança comercial brasileira de produtos químicos alcançou US$ 21,7 bilhões, uma redução de 9,2% em comparação ao mesmo período de 2023. As importações totalizaram US$ 28,8 bilhões, enquanto as exportações somaram US$ 7,1 bilhões, ambas registrando quedas em relação ao ano anterior, de 7,5% e 4,8%, respectivamente.
Essa redução no déficit é atribuída à queda de 15,3% nos preços das importações, principalmente de países asiáticos que se beneficiam de matérias-primas russas a preços mais baixos. Contudo, o volume das importações aumentou 9,1%, especialmente em resinas termoplásticas e outros produtos químicos, o que representa uma ameaça à produção nacional e tem levado empresas a considerarem paralisações e desativações de unidades. As exportações brasileiras também tiveram uma leve queda, totalizando 7 milhões de toneladas, uma redução de 0,8%.
Para a Diretora de Economia, Estatística e Competitividade da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, os resultados da balança comercial de produtos químicos no primeiro semestre de 2024 indicam a necessidade de uma elevação temporária e emergencial das alíquotas tarifárias para produtos químicos estratégicos produzidos no país.
“O cenário de rápida deterioração da utilização da capacidade instalada, resultante da escalada agressiva da participação das importações na demanda interna, só será superado no curto prazo com ações emergenciais e corretivas por meio de tarifas transitórias para os produtos mais expostos a práticas predatórias de comércio, a exemplo do que outras grandes geografias, como os Estados Unidos, estão fazendo para garantir os empregos industriais e combater o surto de importações com preços artificiais e alto teor de emissões”, destaca Fátima Giovanna.
Em junho de 2024, 28 entidades, lideradas pela Abiquim, lançaram um manifesto em defesa da produção nacional de insumos químicos. O documento solicita políticas robustas contra o dumping de produtos importados e enfatiza a importância de proteger a balança comercial para garantir a operação das cadeias produtivas e atrair novos investimentos. O manifesto também defende um aumento temporário de impostos para dar tempo ao setor de implementar medidas estruturais e melhorar a competitividade.
Fonte: Portal do Agronegócio
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