Publicado em: 13/02/2020 às 00:00hs
Jeferson Philippsen: Engenheiro agrônomo e gerente de Produtos da Oro Agri
Por: Rafael Felipe
O impacto econômico à propriedade é grande, principalmente quando associado às perdas por evaporação causadas pelos dias quentes e de baixa umidade do ar. É menos produto atingindo o alvo.
Em outras palavras, há desperdício de agroquímicos como herbicidas e fungicidas, além do risco de levá-los para locais indesejados ou, ainda, de reduzir a eficácia do controle de pragas ou doenças.
“Se a gota é muito fina, o vento carrega ou ela evapora mais rapidamente, o que reduz a eficiência da pulverização. Porém, essas perdas podem ser reduzidas drasticamente com uso de um bom surfactante antideriva”, avalia Jeferson E. Philippsen, gerente de Produtos da Oro Agri.
Philippsen cita o exemplo de um antideriva recém-lançado pela empresa no mercado brasileiro, chamado de AIRTRUCK, definido por ele como mais um aliado para uma tecnologia de aplicação de alta performance.
Feito à base de extratos vegetais, o produto aumenta o diâmetro mediano volumétrico da gota, deixando-a mais pesada.
Com uso do produto certo e regulagem correta do pulverizador, o agricultor consegue melhorar a eficiência da pulverização em cerca de 20%, atesta Philippsen.
O que é um antideriva? Para que serve? Quais benefícios oferece?
Se trada de uma classe específica de adjuvante agrícola. Como diz o nome, é um produto que, uma vez misturado com a calda de pulverização dos produtos agroquímicos, tem a capacidade de diminuir a perda causada por deriva, que por sua vez é ocasionada por ventos acima de 15km/hora, condição inapropriada para ações de pulverização. Em termos de benefícios, ao utilizar um produto antideriva, teremos uma melhor deposição dos ingredientes ativos no alvo desejado e a consequência disso será o melhor aproveitamento e eficácia dos produtos. Além da redução de perdas, eles evitam a contaminação em áreas vizinhas e otimizam a eficácia dos agroquímicos.
Pode ser usado na agricultura (quais lavouras) e na pecuária?
Produtos com a capacidade de reduzir deriva são amplamente utilizados na agricultura e podem sim ser utilizados em outras culturas, como nas pastagens. Eu diria que não é a cultura o fator determinante para a decisão de usar ou não o antideriva, mas sim a condição climática no momento da pulverização.
Existem muitos produtos antideriva disponíveis no mercado brasileiro?
Sim, são vários os produtos disponíveis, mas eu diria que o produtor deveria se atentar às faltas promessas. Muitos deles são vendidos como produtos multifuncionais. Se analisarmos tecnicamente um produto (antideriva), comumente um bom antideriva não é classificado como um produto multifuncional. O produtor tem que ficar atento a isso. O ideal que o produtor consulte um engenheiro agrônomo de confiança, que acompanhe estudos e pesquisas disponibilizadas no mercado e avalie a capacidade de cada produto na sua propriedade.
Há marcas nacionais ou são todos importados?
Existem muitas multinacionais atuando no mercado brasileiro. Isso faz com que muitos desses produtos também sejam importados de outros países. Mas da mesma forma, também é comum ter empresas, sendo multinacionais ou não, desenvolvendo e comercializando produtos dentro do Brasil. Então eu poderia dizer que, ser importado ou não, não é um fator determinante a qualidade do produto.
Tem estudos ou indicadores sobre custo e como impacta na lavoura?
Um produto que é antideriva pode custar algo entre R$3 e R$ 9 por hectare. Se colocarmos esse investimento na ponta do lápis, estamos falando de algo equivalente a menos de 1% dos custos de produção. É um custo relativamente baixo e que se dilui facilmente nas vantagens que ele proporciona, principalmente se tratando das grandes fazendas que, na verdade, são obrigadas a manter os pulverizadores trabalhando dia e noite, praticamente todos os dias, além de tudo sabendo que as condições climáticas possam não ser as ideais.
Fonte: Pec Press® - Comunicação Estratégica
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