Adubos e Fertilizantes

Mais capitalizado, produtor do Brasil já compra fertilizante para 2021/22

“As relações de troca são favoráveis e, neste cenário, já temos notado os primeiros movimentos de compra de fertilizantes para safra 21/22 no Centro-Oeste”, disse à Reuters o diretor de Distribuição da Mosaic Fertilizantes, Eduardo Monteiro


Publicado em: 23/07/2020 às 11:50hs

Mais capitalizado, produtor do Brasil já compra fertilizante para 2021/22

O alto nível de capitalização dos produtores de soja no Brasil, impulsionado por exportações recordes e pelo câmbio, já leva à aquisição de fertilizantes para a safra 2021/22, que será plantada no fim do ano que vem, em um raro movimento de antecipação também para fugir de eventuais incertezas relativas ao coronavírus.

“As relações de troca são favoráveis e, neste cenário, já temos notado os primeiros movimentos de compra de fertilizantes para safra 21/22 no Centro-Oeste”, disse à Reuters o diretor de Distribuição da Mosaic Fertilizantes, Eduardo Monteiro.

O executivo da Mosaic, empresa que responde por cerca de 25% do mercado de fertilizantes do Brasil, evitou falar quanto acredita já ter sido negociado de adubo para a safra de 2021/22.

Este tipo de estratégia ocorreu “raríssimas” vezes no Brasil, quando o agricultor encontrou oportunidade para fazer um hedge cambial de prazo mais extenso, afirmou o diretor-executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Eduardo Daher, ressaltando que geralmente essa antecipação de compras envolve mais grandes sojicultores.

O primeiro semestre de 2020 terminou com resultados muito positivos aos produtores brasileiros de soja, segundo levantamento realizado pela consultoria Datagro.

Considerando o comportamento de preço no período em quatro principais praças de negociação do país, os valores em reais ficaram de 27% a 29% superiores em relação ao mesmo período do ano anterior, momento em que os resultados já haviam sido representativos.

Segundo a análise, a maior diferença no semestre foi registrada em Rondonópolis (MT), com média de 87,23 reais por saca de 60 kg ante 67,68 reais no mesmo intervalo de 2019, um avanço de 29%.

Paralelamente, a soja na Bolsa de Chicago (CBOT) teve média de 8,71 dólares bushel no período, queda de 2% sobre o semestre anterior. O resultado positivo foi alcançado no Brasil porque, enquanto isso, o dólar subiu 28% ante o real, disse a Datagro.

Neste contexto, o diretor da Abag pontuou que o planejamento financeiro para a aquisição de insumos utilizados na safra também mudou.

“Atualmente, sobretudo na agricultura mais profissional, 50% das compras de insumos são feitas pelo produtor com recurso próprio. Antes eram 30% com recurso próprio, 30% financiamento e 30% por “barter” (troca de insumos por grão)”, explicou Daher.

Fonte: Reuters

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