Adubos e Fertilizantes

Importação de fertilizantes cai e acende sinal de alerta no mercado

Diminuição de suprimento pode afetar setor agrícola, gerando preocupação sobre disponibilidade


Publicado em: 26/04/2024 às 12:30hs

Importação de fertilizantes cai e acende sinal de alerta no mercado

As importações de fertilizantes no Brasil registraram uma queda significativa, o que causou preocupação no setor agrícola. Dados da GEP COSTDRIVERS, plataforma de análise de dados, indicam que as importações de nitrato de amônio (NA) da Rússia, um dos principais fornecedores do Brasil, atingiram zero em fevereiro deste ano. Esse cenário destaca a necessidade de maior atenção das áreas de compras em relação à disponibilidade de fertilizantes para o restante do ano.

A produção nacional de fertilizantes tem se mantido praticamente estática desde os anos 2000, tornando o Brasil dependente das importações. O setor agrícola brasileiro é vulnerável às condições macroeconômicas globais e aos efeitos de conflitos geopolíticos. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia, por exemplo, afetou a importação de fertilizantes, com aumentos nos preços e redução do volume importado em 2022. Em 2023, a situação parecia estabilizada, mas a escassez voltou a ser um problema em fevereiro, resultando em uma redução de 27,55% no volume total importado pelo Brasil entre janeiro e março deste ano, comparado ao mesmo período de 2022.

No Oriente Médio, a situação também é preocupante. A importação de superfosfato simples (SSP) de Israel caiu 60,55% entre janeiro e março de 2024 em comparação com 2023, devido aos conflitos com o Hamas. Embora as importações de ureia do Irã permaneçam estáveis, o conflito entre Israel e Irã exige monitoramento cuidadoso.

Isadora Araújo, economista da GEP COSTDRIVERS, alerta para a incerteza do mercado. “Não temos como prever o fim dos conflitos ou os próximos passos dos países envolvidos. As projeções são pessimistas e espera-se que a redução nas importações de certos fertilizantes continue ao longo do ano, colocando em risco a disponibilidade desses insumos”, comenta Araújo. Ela acrescenta que a produção doméstica de fertilizantes deve cair 4,13% este ano, em relação a 2023, que já apresentou uma redução.

Apesar do declínio das importações, os preços médios FOB (Free on Board) dos fertilizantes também caíram em março, indicando que o mercado ainda não refletiu completamente a contração no fornecimento. No entanto, a sazonalidade das compras de fertilizantes, que se concentra entre o terceiro e quarto trimestres, precisa ser considerada para uma análise precisa dos preços.

Esses acontecimentos ressaltam a importância de estratégias robustas de gerenciamento de risco e fontes alternativas de suprimento para minimizar o impacto das interrupções no fornecimento de fertilizantes para o setor agrícola brasileiro.

Fonte: Portal do Agronegócio

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